A Globo se destacou nos últimos dias não propriamente por sua programação, mas por duas notícias polêmicas. Na semana passada, anunciou o lançamento (em 2018) de um serviço de streaming de apelo popular, algo que o mercado em geral espera com ansiedade. E na última quarta-feira afastou o jornalista William Waack, um de seus profissionais de maior prestígio, por fazer brincadeiras racistas num vídeo que circulou na internet.

Sobre este último caso, vejam nossa opinião aqui. Em relação ao novo serviço, que já foi ventilado no passado (citamos aqui há cerca de um ano), parece uma nova estratégia para combater os concorrentes da internet, especialmente Netflix, YouTube e Amazon – há especulações de que a Apple também estaria preparando uma versão reforçada do iTunes Video em português. Em comunicado a seus funcionários, a Globo não deu detalhes. Informou apenas que inicialmente o serviço oferecerá conteúdos da própria TV aberta, sem custo para o usuário, mais séries e alguns programas ao vivo, numa ampliação do atual Globo Play.

Num segundo momento, seriam agregados conteúdos dos canais Globosat e também de parceiros como Universal e Megapix. Está no radar ainda um serviço próprio de assinatura, via streaming, com esportes e conteúdos dublados a preços mais baixos, visando outra faixa de público que não tem o hábito da TV paga mas agora encontra acesso mais fácil à internet. A Globo corre contra o tempo para ter esses serviços rodando sem travamentos antes que os competidores gigantes lancem algo do tipo. Travamento, aliás, é o que mais temos experimentado nos testes com Globo Play.

Numa reportagem recente, o sempre bem informado Samuel Possebon, do Tela Viva, conta praticamente toda a história de como a Globo atravessou os últimos 15 anos, seu período de maior crescimento – e também de uma dívida que quase se tornou impagável. Muitos dados ali são questionáveis, mas é fato que o maior grupo de mídia do Brasil também sente efeitos da crise econômica, e ainda não sabe exatamente como irá se colocar no novo mercado de distribuição digital de conteúdos.

Aos que gostam de malhar a Globo, um lembrete: o grupo vem estudando o tema há anos (mais detalhes aqui) e é o único, no Brasil atual, que tem condições de enfrentar os concorrentes internacionais. Os outros nem chegam perto disso.

3 thoughts on “A Globo e seu futuro no streaming

  1. Até que enfim estão acordando……senão morrerão em “berço esplendido”……telecine e hbo jamais pagarei de novo porque não vale !

  2. A Globo tem dois canhões nas mãos pra usar contra a Netflix. Telecine Play & Canais Globosat. Se ela conseguir lançar um serviço de streaming com preços módicos talvez consiga estancar a sangria provocada pela Netflix. Já as operadoras também poderiam diversificar seu pacotes com ofertas mais baratas para enfrentar a crise e a Netflix. Por exemplo, o assinante poderia montar um pacote com canais de esportes (Fox Sports, ESPN, Esporte Interativo, Off e Sportv) + canais Globosat por exemplo. Assim, os assinantes pagariam pelo canais que realmente assistem.

  3. Uso a GloboPlay, e acho que ainda esta longe da Netflix, o audio é estéreo enquanto a Netflix oferece opções como Dolby Digital 5.1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *