Semana cheia na capital paulista, com a realização de três eventos ligados à tecnologia. De 2a a 5a, estivemos na SET Expo, Feira e Congresso do segmento broadcast, mas que a cada ano atrai mais profissionais de outros setores, como Pro Audio, Automação e – agora mais do que nunca – Internet. Na 4a e na 5a, tivemos o Fórum Brasileiro de IoT, primeiro evento totalmente dedicado à Internet das Coisas. E nesta 6foi aberto o 3o High-End Show, da distribuidora Som Maior, sobre o qual comentaremos nos próximos dias.

SET Expo (foto) é o maior evento do gênero no país. Embora a exposição não seja muito grande (fruto também da crise econômica), seu Congresso apresenta cerca de 300 sessões técnicas, abordando praticamente todos os temas de interesse para quem atua no segmento audiovisual. Participei de dois seminários, um deles tratando da “TV do Futuro”, com a participação de especialistas do Japão, Coreia e EUA; e outro sobre Smart TVs e seu impacto no mercado como um todo, com técnicos brasileiros.

Nas próximas semanas, vamos esmiuçar aqui os detalhes discutidos, que são essenciais para se entender os possíveis rumos do nosso mercado nos próximos anos. De fato, é impressionante a rapidez da evolução, especialmente agora que os mundos da televisão e da internet se conectam na prática. Como disse Raymundo Barros, diretor de Tecnologia da Rede Globo, moderador do debate sobre a TV do futuro, “o televisor deixou de ser um aparelho para ser uma plataforma”. 

Ouvir os representantes da emissora japonesa NHK, do instituto coreano ETRI e do consórcio americano ATSC 3.0 me passou uma sensação mista de deslumbramento e preocupação. Confesso que fiquei deslumbrado com as descrições sobre o que já é possível fazer no domínio da TV digital, que para esses três países envolve não apenas a transmissão de conteúdos com altíssima qualidade de som e imagem, mas também a oferta de serviços por todos os tipos de tela, e de qualquer tamanho, inclusive em dispositivos móveis.

Os executivos asiáticos falaram com a maior naturalidade, por exemplo, sobre a “TV personalizada”, em que a emissora pode direcionar conteúdos específicos a cada usuário! Sim, a TV evolui para um ambiente de total interação; como já acontece hoje na internet, os telespectadores teremos nossos dados analisados o tempo todo. 

Minha sensação de preocupação tem a ver não com essas inovações, mas com a precariedade que enfrentamos aqui no Brasil. Embora a Globo esteja na linha de frente dessa evolução (e seu GloboPlay já é um case a ser analisado), as idas e vindas da política não autorizam otimismo. Bem, isto é assunto para a seção Jeitinho Brasileiro. Sobre a tal “TV do futuro”, acompanhem nossos posts nos próximos dias.

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