Paranoias acompanham o ser humano desde sempre. O homem das cavernas vivia, dizem, com medo dos predadores, o que levou à construção das mais variadas armas. Pelos critérios da época, isso já seria tecnologia. Pois agora, com o governo Trump delirando, até em Las Vegas – cidade totalmente pensada para receber turistas – o stress parece ter aumentado.

Não sei sobre outras cidades americanas, mas aqui encontramos desta vez algumas batidas policiais (coisa rara antes). Na entrada do Las Vegas Convention Center, era preciso abrir as mochilas para inspetores uniformizados, alguns deles exigindo até revista eletrônica similar à dos aeroportos.

OK, a CES é o maior evento da cidade, atraindo quase 200 mil pessoas, e pode-se argumentar que nem todas venham para se divertir. Aquele maluco que subiu no elegante hotel Mandalay Bay e lá do alto disparou contra centenas de jovens que assistiam a um show de rock, 15 meses atrás, aparentava ser um cara normal… vejam só, num dos hotéis mais caros da cidade!

Procedimentos de segurança, ainda que compreensíveis (e muito necessários), deveriam obedecer a um mínimo de lógica. No aeroporto de Las Vegas, cães farejadores nos cheiravam à procura, talvez, de drogas ou explosivos. Eu havia pago 5 dólares por uma garrafa plástica de suco e não pude embarcar com ela – a inspetora fez questão de jogá-la no lixo na minha frente. Chegando em Dallas para a conexão a São Paulo, pude comprar outra igualzinha e seguir viagem, sem nenhum fiscal para me incomodar.

Deu vontade de gritar: “Nóias, go home!”

3 thoughts on “Segurança reforçada, pero no mucho

  1. Amigo Orlando, não é só na CES. Em TODOS os parques aqui de Orlando, um cidade de vive do turismo, você é obrigado a passar por detectores de metal e as bolsas e mochilas são revistadas. E na Disney o rigor é até maior que nos aeroportos brasileiros. Porém considero isso necessário. Descobriram que o alvo principal do sujeito que cometeu o atentado com a casa noturna Pulse era o… Disney Springs, um shopping aberto que vive lotado de famílias, 365 dias por ano. Já a CES já é assim há alguns anos e em vários o “checkpoint” fica tumultuado, né? Nos anos anteriores deram uma fita especial para as bolsas dos membros da imprensa, que não eram revistados na “reentrada”, mas obviamente é uma clara violação de qualquer protocolo sério de segurança.

    Sobre o aeroporto, a explicação é que os produtos a venda nas “secured areas” passam por inspeções e os funcionários que ali trabalham também passam por security checks constantes e precisam de crachás e outros tipos de identificação para entrar. A garrafinha de suco provavelmente tinha mais de 100 ml e, por isso, não pode ser embarcada em praticamente voo nenhum do mundo, mesmo que estivesse pela metade. E a outra pode embarcar justamente por ter sido adquirida dentro da área de segurança.

    Nunca vou me esquecer de ter que deixar um belo canivete Victorinox “de graça” para o pessoal da segurança em Congonhas. Com a mala grande já despachada e em cima da hora, o raio X acusou que o canivete estava na minha mala de mão, bobeira que dei na hora de empacotar as coisas no hotel… A funcionária ainda disse que eu poderia despachar o canivete pelos Correios, mas a agência já estava fechada. Um baita prejuízo…

    Abraços

    Julio Cohen

  2. Puxa, eu ia escrever uma mensagem explicando exatamente essas coisas, como o limite de liquido permitido (100ml, quem viaja muito em voo internacional sabe disso, nao se tenta embarcar em aviao com embalagem de mais de 100 ml de um mesmo liquido, se obtido fora daquela area das free shops) e ate sobre as revistas individuais nos parques de Orlando. Mas o Julio chegou antes (ele so nao disse que muitos itens nao tem sequer a entrada permitida nos parques de Orlando, como uma pequena caixa termica que eu comprei em uma visita ha uns 12 anos, para manter liquidos gelados, e que eu tive que deixar na entrada).

    Nada disso é exclusivo de Las Vegas ou de alguma convencao ou feira em particular.

    .

  3. Caro Rubens, mais uma vez obrigado pela mensagem. Claro que eu sei das restrições nos vôos. Isso acontece no mundo inteiro. Quis apenas ironizar certas medidas de segurança exageradas, algumas inócuas, decorrentes da paranoia atual. Ironia, apenas. Abs.

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