netflix-1Na sexta-feira, depois de visitar o laboratório da LG em Santa Clara, nos deslocamos até Los Gatos, ali mesmo no Vale do Silício, para conhecer as instalações da Netflix, a empresa de tecnologia mais badalada dos últimos anos. Na semana retrasada, havíamos publicado neste blog um artigo sobre como funciona a “máquina de entretenimento” da empresa, certamente uma das que chegam mais próximo da perfeição no atendimento ao cliente. Agora, pudemos entrar lá, graças a um acordo da Netflix com a LG que, segundo executivos das duas empresas, com quem conversamos, está permitindo dar grandes passos na evolução do conceito de TV smart.

“Estamos juntando os dois mundos: o da televisão e o da internet”, nos disse Greg Peters, cujo cargo, por si só, já é simbólico: CSPO (Chief Streaming and Partnerships Officer), ou seja, executivo responsável pelas áreas de streaming – afinal, o principal serviço da Netflix – e parcerias. “Uma interface como a que temos hoje não seria possível anos atrás, porque a evolução depende não apenas do software que criamos aqui, mas do desenvolvimento dos próprios aparelhos e das redes de nossos parceiros”.

netflix novaTodo o serviço é baseado no poderoso datacenter da Amazon, que curiosamente é também concorrente da Netflix em alguns países. Exemplo concreto de inovação citado por Peters: para sua nova linha de TVs, a LG criou uma espécie de pointer, um recurso do controle remoto que lembra os apontadores usados em apresentações; com o cursor, o usuário “anda” pela tela sobre os ícones dos aplicativos e pode inclusive trocá-los de lugar. A Netflix associou essa ideia ao comportamento do público nas redes sociais. Surgiu daí o recurso de apontar o cursor para o ícone do Facebook na tela do TV e, com isso, descobrir o que seus amigos da rede estão assistindo (foto acima).

Pode parecer um pequeno detalhe (e realmente é), mas a partir de inovações como essa a Netflix não para de atrair novos clientes pelo mundo afora. O Brasil é hoje um de seus maiores mercados. Quando perguntei a Peters se sabia quantos assinantes a empresa tem no país, ele respondeu sorrindo: “Sim, sabemos, mas não podemos contar”.

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Mas é possível especular. Segundo a revista Time, a Netflix – cujo serviço de streaming teve início em 2009 – terminou o ano de 2013 com cerca de 44 milhões de usuários, sendo que 11 milhões deles adotaram o serviço ao longo do ano (crescimento de 30% sobre 2012). Já a agência Reuters informa que o número de assinantes fora dos EUA (40 países) cresceu 72% no ano, superando a casa dos 12 milhões e gerando 25% do faturamento da Netflix. Dá pra imaginar que os brasileiros sejam responsáveis por cerca de 1 milhão dessas assinaturas, considerando que países de peso, como França e Alemanha, ainda não têm acesso ao serviço.

Seja como for, diz Peters, “estamos apenas começando”. Sem dúvida, é um ótimo começo.

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