Um grande vôo da alegria saiu de Brasilia nesta segunda-feira rumo a Nova York e Londres. No comando, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, com a missão de convencer operadoras que ainda não atuam no Brasil a participarem do leilão do celular 4G, marcado para agosto. As indecisões do governo em relação ao tema acabaram assustando as grandes operadoras que dividem o gigantesco mercado brasileiro de telefonia e banda larga. Vivo (cujo controle é espanhol), Tim (italiano), Claro (mexicano), Oi (português, com um dedo do BNDES e dos fundos de pensão) e GVT (francês) – por motivos diversos – relutam a disputar segundo as regras definidas pela Anatel.

O assunto é necessariamente polêmico. Em março, dois repórteres da Folha de São Paulo revelaram que o Ministério da Fazenda estava interferindo na questão do leilão visando aumentar o valor das frequências na faixa de 700MHz. Com a revelação, conseguiu-se justamente o contrário: o interesse das operadoras diminuiu, a ponto de o SinditeleBrasil, que as representa, ter sugerido que as frequências lhes fossem concedidas “gratuitamente”.

Se a missão chefiada por Paulo Bernardo obtiver sucesso e atrair para o Brasil grandes operadoras americanas, europeias e/ou asiáticas, será uma façanha. Com regras mal explicadas, ingerências políticas de todo tipo e em meio a uma campanha eleitoral, há quem aposte que, se o leilão de fato acontecer em agosto, já será lucro. Resta saber para quem.

2 thoughts on “Celular 4G: procuram-se operadoras

  1. É este governo produzindo mais atraso para o Brasil e,depois de quase 12 anos de retrocesso diz que agora,se reeleito,vai implementar mudanças que não fez durante mais de uma década de (des)governo…

  2. Políticos, com raríssimas exceções, são assim mesmo: só se lembram de anunciar melhorias sociais e tecnológicas nas vésperas das eleições, para depois implementarem apenas as ações que lhes tragam algum benefício imediato (propinas e semelhantes), independente se tais ações são importantes ou não para o país. Eu também acho que as frequências 4G deveriam ser liberadas de graça para as operadoras atuais, e depois cobrar delas serviços de primeiro mundo e preços civilizados desse mesmos serviços, ao contrário do que ocorre hoje. Mas daí, e a “propinazinha” de cada dia como é que fica?

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