Só para registrar, um episódio que tem quase nada a ver com a IFA, mas que ilustra muita coisa. Hoje à tarde, voltando da feira no metrô, encontrei um cidadão chamado Reinhard Zinkann, presidente da Miele, um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos da Alemanha. Até o ano passado, ele era o todo-poderoso presidente da GFU (Associação Alemã da Indústria Eletrônica de Entretenimento e Telecomunicação), promotora da IFA. Um dos homens mais influentes do país. E que, no entanto, anda de metrô!

Não sei se isso acontece sempre, mas é sintomático. Aquilo que no Brasil seria chamado de “elite branca” (uma das definições mais racistas e preconceituosas que já ouvi…) na Alemanha dispensa os carrões com motorista e anda de metrô. Vale lembrar que, em Berlim, o metrô nos deixa a 200m de caminhada da porta do evento, ou seja, nada que um mortal comum não possa fazer. Gostaria de saber quantos empresários poderosos como Zinkann têm esse hábito, no Brasil.

O episódio me fez lembrar a genial frase do ex-prefeito de Bogotá, Gustavo Pedro, que ajudou a reconstruir e revitalizar a capital da Colômbia após os longos anos da ditadura do narcotráfico: “País desenvolvido não é aquele onde os pobres têm carro, mas aquele onde os ricos usam transporte público.” 

1 thought on “Gente fina é outra coisa…

  1. Existe um outro lado da questao que poucos comentam:

    – Onibus é um inferno, um transporte totalmente inviavel para quem possui automovel (ou é lerdo demais, e/ou está cheio demais, e/ou pára demais para embarque/desembarque, e/ou tem uns trajetos feitos para apanhar o maior numero possivel de passageiros e encher, e não pensando em fazer um caminho mais curto, e/ou etc. etc. etc.). Fora a má-educação das pessoas (falam alto, mal vestidos, etc.), as vezes gente com mau cheiro, dificilmente possuem ar condicionado e boa musica ambiente (que voce tem no seu carro), e mais a companhai de uma legiao de vendedores e pedintes e pregadores religiosos, e mais a insegurança que é andar de onibus (no Rio, ao menos, ocorrem muitos assaltos em onibus).

    – E o metro, que seria a melhor opcao (pelo menos é rapido, ao contrario do onibus, e possui ar condicionado), no Brasil praticamente inexiste. Alem de aburdamente lotado em determinados horarios, o metro, quando existe, dificilmente apanha e deixa voce proximo aonde voce quer ir. É uma experiencia muito diferente de, por exemplo, pegar o metro em Paris.
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    Sendo assim, da forma pavorosa que sao os transportes publicos no Brasil, o melhor é andar de carro mesmo. Porque opcao REAL, de verdade, com um minimo de conforto, rapidez e segurança, nao existe…

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