Começam a ser divulgados os primeiros frutos da venda da GVT ao grupo Telefônica, anunciada no mês passado. Esta semana, no evento Futurecom em São Paulo, executivos das duas empresas falaram animados sobre as perspectivas, tanto no segmento de TV paga quanto em banda larga. Como se sabe, a mexicana Telmex (Net+Claro+Embratel) lidera com folga os dois setores, embora em DTH (TV via satélite) haja uma disputa feroz com a Sky (vejam aqui os dados atualizados da Anatel). Mas esses números não contam toda a verdade.

Desde o ano passado, a GVT tornou-se a operadora mais rentável do país, com sua estratégia de apostar no público de maior poder aquisitivo, especialmente no estado de São Paulo. A empresa aprimorou sua infraestrutura híbrida (satélite + fibra óptica) e vem crescendo em níveis mais altos que a média do mercado. Para crescer mais, falta-lhe uma base no segmento de serviços móveis, onde a Telefônica/Vivo é talvez a mais forte atualmente.

Em entrevista, o presidente da GVT, Amos Genish, disse que a união com os espanhóis irá contribuir para “equilibrar o mercado, que está muito concentrado”. Na verdade, é o oposto. O mercado – como já comentamos aqui – tende a se concentrar cada vez mais, e o fato de duas das principais empresas se unirem só confirma essa tendência. O que pode mudar, e isso talvez favoreça o usuário, é que NET, Sky, Claro e Oi agora terão um concorrente mais robusto, capaz de atuar em todo o país e em todas as faixas de mercado; vale lembrar que recentemente a DirecTV, dona da Sky, foi adquirida pela AT&T, gigante americana em telecom..

Segundo Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica/Vivo, deverá ser mantido o foco atual da GVT nos serviços premium, o que complementa a ideia de massificação proposta pelo grupo espanhol. E haverá certamente um enorme ganho de escala no gerenciamento das redes, compra de equipamentos e de conteúdo – este o insumo mais importante, hoje, para as operadoras.

Vamos ver agora como reagem as concorrentes.

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