Esta semana, mais precisamente na terça-feira dia 4, o mundo da tecnologia perdeu duas grandes figuras, daquelas que dificilmente poderão ser substituídas.

Primeiro, se foi George Feldstein, fundador da Crestron, o visionário que, ainda nos anos 1970, enxergou na integração dos sistemas eletrônicos um mercado. A não ser em aplicações muito específicas, antes da Crestron os sistemas instalados numa casa ou numa empresa não se comunicavam – quando muito, trocavam sinais. Foi Feldstein quem introduziu soluções de controle automatizado específicos para ambientes residenciais, em lugar das antigas adaptações (confundia-se, por exemplo, automação da casa com automação bancária…); vejam aqui, em inglês, mais detalhes sobre sua trajetória.

tas-215-cover-finOutra morte a se lamentar é a de Harry Pearson, cofundador da revista The Absolute Sound, que para muitos é a “bíblia” do áudio. A publicação nasceu em 1973 para, segundo Pearson, fazer contraponto às mais veteranas Stereophile e Stereo Review, que ele considerava “muito comerciais”. A TAS foi a primeira a usar o termo “high-end” para definir equipamentos de alto padrão. HP – como era chamado – não gostava de rock (quando muito, jazz instrumental; só ouvia música erudita) e, nos primeiros anos, também não aceitava anúncios em suas páginas. Para avaliar um produto, reunia sua equipe e todos davam seus pareceres, de ouvido, sem instrumentos de medição, baseados apenas em suas preferências e experiências pessoais. Foi, por assim dizer, um “radical” do jornalismo de tecnologia, o que lhe causou grandes problemas de relacionamento (e também de dinheiro), mas nunca abalou sua credibilidade; aqui, um réquiem para Pearson, escrito por Jonathan Valin, um de seus sucessores.

Criadores como Feldstein e Pearson é que fazem valer a pena atuar na área de tecnologia.

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