5 razões para não improvisar em automação

Por Todd Anthony Puma*

Na semana passada, li num blog sobre as vantagens da automação DIY (do-it-yourself, ou “faça você mesmo”). O autor dizia que seu objetivo inicial era controlar as luzes e impressionar os amigos. Detalhava como isso havia se tornado difícil, demorado, e a frustração que experimentara. Já vi muitos amigos e conhecidos que tentaram esse caminho, ficaram entusiasmados de início e desiludidos no final.

De fato, montar um sistema de automação por conta própria (DIY) não é muito diferente, por exemplo, de tentar programar seu próprio controle remoto para funções como acionamento de luzes, cortinas e fechaduras. A dificuldade é que os controles do tipo “universal” foram feitos apenas para comandar áudio e vídeo, não para interagir com outros recursos.
Mais do que isso, automação significa que você está mexendo com eletricidade, medições, circuitos etc. A maioria das pessoas quer que tudo isso funcione integrado para que, por exemplo, na hora de dormir basta apertar um botão para apagar as luzes, baixar as cortinas, trancar as portas… Mas, hoje, há muitos itens “desconhecidos” nesse processo, e um sistema de automação é feito de peças e marcas completamente diferentes.

Não quero com isso dizer que o DIY seja inútil. Sempre haverá aqueles que gostam de “brincar” com os aparelhos e ficam orgulhosos de fazer a instalação sozinhos. Mas quem deseja os reais benefícios de um sistema de automação deve ficar atento a estes cinco aspectos:

1)Excesso de aplicativos. É fácil dizer que há um app para isso ou aquilo, mas em automação é muito comum haver diversos apps, um para cada subsistema, e nem sempre eles se integram de imediato. Isso significa utilizar diversos apps e acionar vários deles, em sequência, até conseguir apagar as luzes ou fechar uma porta. Em geral, fica mais fácil fazer isso manualmente… Imagine ter que achar um app para o TV, outro para o receiver, outro para a TV paga; é o mesmo que ter de deixar vários controles sobre a mesa.

2)Complexidade dos subsistemas. Pode até ser fácil configurar a automação depois que tudo está instalado e conectado. Mas trocar interruptores ou dimmers e fazer a medição correta do posicionamento e da velocidade das cortinas ou persianas é bem mais complicado. A menos que você queira chamar um eletricista, um profissional de cortinas e outro especialista em fechaduras, será necessário aprender a instalar cada um desses recursos de forma independente. E, lembre-se, é perigoso lidar com redes elétricas.

3)Flexibilidade. Existem boas marcas para cada recurso, mas geralmente são específicas naquela função. Os sistemas DIY têm essa limitação. No caso das luzes, por exemplo, existem soluções baseadas nas chamadas “lâmpadas inteligentes”, mas os apps para acioná-las só funcionam quando o interruptor está ligado!

4)Conhecimento. Também há mútliplos sistemas de automação residencial, inclusive sem fio, mas que não “conversam” entre si. O usuário precisa então saber como funciona cada um, se são compatíveis com o tipo de lâmpadas escolhidas, se a rede da casa aceita os painéis de parede. Isso exige muito conhecimento.

5.Riscos na execução. Todo mundo que já mexeu com automação, seja em nível profissional ou DIY, sabe como os sistemas podem ser enganosos. Pode ser frustrante descobrir que aquela marca que você escolheu sumiu do mercado e não há mais peças de reposição…

Sem dúvida, existem no mercado ótimos produtos de automação DIY, e eles são interessantes também porque atraem novos usuários. Estes já estão familiarizados com o conceito. Mas o profissional deve saber mostrar que não se trata de soluções verdadeiras de automação, apenas uma boa forma de começar.

* Texto publicado originalmente no site Residential Systems; clique aqui para ler o original na íntegra, em inglês.