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Como as tecnologias sobrevivem

Interessante artigo de Steve Lohr, um dos melhores repórteres especializados em tecnologia dos EUA, publicado semana passada no New York Times, mostra como velhas tecnologias resistem à mudança dos tempos. O mote do artigo foi o lançamento de uma nova versão do mainframe da IBM. Diz Lohr que a morte do mainframe (computador de grande porte, que já embute software e serviços destinados a corporações) havia sido prevista para 1996! E, no entanto, esse continua sendo um grande negócio para a empresa.

Pois é, a sobrevida de uma tecnologia que data dos anos 60 exemplifica a capacidade evolutiva do homem – e, por tabela, das técnicas que ele inventa. Lohr cita o caso do rádio e do cinema, que iriam morrer com a chegada da televisão (não era isso que diziam os antigos experts?). Pois tanto um quanto outro se reciclaram, adotaram novos formatos e continuam aí, fortíssimos.

Uma previsão atual (“sinistra”, segundo Lohr) é que a internet irá acabar com a mídia impressa e com o cinema. Ao mesmo tempo, lemos que os principais jornais e revistas do mundo estão levando seus conteúdos para a web e aprendendo a usar as ferramentas dessa nova mídia. Assim como os estúdios de cinema já estão adotando formas virtuais de distribuição. Quer dizer, imprensa e cinema estão evoluindo, certo?

O artigo cita ainda o escritor John Steele Gordon, para quem a evolução tecnológica pode ser comparada à dos animais. Vale a pena refletir a respeito: os dinossauros, diz Gordon, desapareceram há milhões de anos, mas seus descendentes – os pequenos répteis – não apenas sobreviveram como se multiplicaram. Hoje, existem no mundo mais de 8 mil espécies de répteis, contra “apenas” 5.400 de mamíferos.

Ou seja, nós, que viemos da mídia impressa, temos que agir como répteis… Bem, conheço algumas “cobras” nesse meio. Mas quero acreditar que Gordon está se referindo a outra coisa, não?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • È o caso do LP com seu som maravilhoso,com a incrível taxa de amostragem de 762 MHz,seu mais dileto concorrente na area digital é o Sacd que tem 2.82 MHz de amostragem ou seja 270 vezes menos resolução(Ambiência,foco,recorte,equilíbrio tonal,etc.).LP surge revitalizado com novas técnicas de gravaçãoe prensagem,novos toca-discos com novas plataformas,novas cápsulas etc.A cada giro ou seja a cada circunferência descrita pela agulha temos 1Gb de informações

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