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CDs à beira do abismo

Aproveitando o gancho do post anterior, vejam os dados da última pesquisa americana sobre vendas de música em 2007, divulgados anteontem: queda de 11,8%, segundo a RIAA (Recording Industry Association of America). Notem que esse percentual se refere às vendas de todo tipo de música, o que inclui downloads pagos, ringtones e direitos sobre DVDs musicais. Se for considerada apenas a venda física de CDs, DVDs e fitas de música, a queda foi maior ainda: 19,1%.

O mesmo estudo revela que a música digital cresceu 42% em 2007, puxada pelos downloads pagos, atingindo negócios de US$ 2,38 bilhões, o que já representa 23% de todo o mercado de música (em 2006, representava 16%).

Bem, até aí nenhuma surpresa: todo mundo sabe que as vendas de CDs estão despecando, e não apenas nos EUA. Em dólares, as gravadoras – que faturavam mais de US$ 9 bilhões em 1992 e chegaram ao pico em 1999, com US$ 14,5 bilhões – atingiram no ano passado seu mais baixo nível histórico, com US$ 7,99 bi.

Agora, a surpresa: você sabia que as vendas de discos de vinil estão subindo? E que já são mais altas do que, por exemplo, as de discos dos tipos SACD e DVD-Audio? Estas hoje não passam de US$ 4 milhões, o que é ridículo para um mercado tão grande quanto o americano. Mais ridículo ainda se lembrarmos que esses produtos, há cinco ou seis anos, eram apontados como “a nova revolução da música”. Quem investiu neles jogou dinheiro fora.

Voltando ao vinil, é curioso observar que as vendas de álbuns (nossos tão amados LPs) cresceram 36% em 2007, depois de terem caído continuamente desde 2001. Já as vendas de singles de vinil (antigamente chamaríamos “compactos simples”) vêm caindo na seguinte proporção: 3,5 milhões em 2004, 2,3 milhões em 2005, 1,5 milhão em 2006 e agora apenas 600 mil em 2007.

Conclusão: o pessoal está readquirindo o hábito de comprar álbuns. Será?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • O som do vinil é melhor.Voltei ao vinil e não me arrependo.O corpo harmônico dos instrumentos é muito maior inclusive que o sacd.Estou comprando discos de vinil pela internet.A cada giro da agulha é lido 1Gb e a cada 33,33 rotações por min. é lido 563 Mb.O sacd está em 2.82 Mhz.Daí a diferença.

  • onDE COMPRAR DISCO VINIL?
    gOSTARIA DE MESCLAR MINHAS COMPRAS , ATÉ PARA COMPARAR.
    aDELINO

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