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XP ou não XP?

Em janeiro, quando foi anunciada oficialmente a “aposentadoria” de Bill Gates, publiquei aqui que ele ainda seria notícia por muitos anos. Não só continua sendo como agora, diante da campanha internacional em prol do Windows XP, mr. Gates admite que não vai ser fácil substituir esse sistema operacional pelo criticado Vista.

Segundo o The Wall Street Journal, o Vista até que está vendendo bem: já foram 140 milhões de cópias originais em todo o mundo até agora. Mas Gates (o garoto com espinhas no rosto da foto acima) reconhece que boa parte dos usuários ainda prefere o XP, até porque este pode ser usado em computadores mais simples e baratos. E muitos dos que compraram o Vista acabam usando na verdade o XP. No mês passado, o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, admitiu pela primeira vez que não foi uma boa idéia fixar a data fatal de 30 de junho como deadline para as vendas do XP; é bem provável que a empresa tenha que estender esse prazo. A Dell, um dos maiores fabricantes de computadores do mundo, já anunciou que não vai respeitar esse calendário e continuará incluindo o XP em suas máquinas depois de junho.

No fundo, a MS está diante de um dilema: se insistir muito com um sistema operacional de acesso complicado, como o Vista, e vetar a opção do usuário pelo sistema mais simples (o XP), corre o risco de incentivar o uso do software livre. Gates anunciou ontem, durante visita a Tóquio, que a empresa já faz planos para o Windows 7, que seria o sucessor do Vista e chegaria ao mercado em 2009. Considerando que o XP já existe há sete anos e é um sucesso, isso equivaleria a decretar a morte prematura do Vista, que tem pouco mais de um ano de vida.

Não seria mais sensato concentrar-se no aperfeiçoamento do XP? Milhões de usuários pelo mundo afora (entre os quais me incluo) agradeceriam.

A propósito, ontem já chegava a 193.827 o número de adesões à campanha “Salvem o XP”, lançada pelo blog Infoworld. E, como dizem eles lá, “continua a contagem…”

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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