Lembro até hoje da primeira vez que assisti a 2001, no cinema. Lembro perfeitamente que não entendi quase nada, mas fiquei maravilhado com aquele espetáculo visual. Verificar hoje que boa parte daquelas cenas eram previsões que se confirmaram com o passar dos anos só faz gostar mais do filme. A excelente versão em DVD da Warner, vista numa tela grande e com áudio 5.1, consegue resgatar quase toda a emoção daquela primeira vez – provavelmente, a qualidade de som e imagem em DVD é melhor do que a que víamos então no cinema.
Mas isso é detalhe. Não li o livro ´A Sentinela´, de Clarke, que deu origem ao roteiro de Kubrick, escrito em parceria com o autor, mas é fato que lá estão monitores de tela plana (parecidos com os atuais) e as conversas entre o astronauta e seu computador (algo que está se tornando corriqueiro). Sem falar que Kubrick literalmente inventou uma série de efeitos visuais e sonoros que só bem mais tarde a turma de George Lucas iria transformar em chavão. E criou a seqüência que talvez seja o mais brilhante corte de toda a História do cinema: quando um osso atirado para o alto por um primata (o homem-macaco) se transforma numa nave espacial, ao som do ´Danúbio Azul´, de Strauss.
2001 é um dos filmes mais discutidos de todos os tempos, embora não tenha sido propriamente um sucesso de bilheteria. O que nos leva à conclusão de que muita gente o discutiu sem tê-lo visto. Aliás, para os interessados, existe na internet um interessante documentário a seu respeito, ´A Odisséia no Espaço Explicada´(está em www.kubrick2001.com).
Falando nisso, estou morrendo de vontade de assistir 2001 outra vez.
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