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Orkut na mira da Justiça

Bem diferente dessa pataquada feita pelos congressistas é o que acaba de acontecer com a Google Brasil. A empresa, responsável pelo Orkut, assinou acordo com o Ministério Público Federal (leia aqui) concordando em quebrar o sigilo de 18 mil páginas do Orkut para colaborar com a CPI da Pedofilia. Isso, sim, é trabalho para os parlamentares que se dizem representantes do povo, como comentei aqui outro dia.

Segundo o MPF, 90% da pornografia que circula na internet brasileira está no Orkut, por onde navegam cerca de 30 milhões de pessoas, a maior parte delas jovens ou adolescentes. O acordo prevê que a Google manterá por seis meses os registros e as identidades das pessoas investigadas; irá criar métodos de prevenção e remoção de material ilegal na rede de relacionamentos; e, se não cumprir alguma das cláusulas, pagará multa de R$ 25 mil por dia.

Enquanto isso, nos EUA, segundo a BBC Brasil, esta semana a Justiça decidiu que a Google deve divulgar os hábitos de navegação dos visitantes do YouTube. A ordem faz parte de uma ação movida pela Viacom, dona de emissoras de TV e estúdios de cinema, que não aceita a livre troca de arquivos de vídeo na internet. A Google, se não conseguir sucesso em seu recurso, terá que mostrar à Viacom o histórico de todos as pessoas que postaram algum vídeo no YouTube – imaginem quantos milhões são elas!

De posse desse tremendo banco de dados, o que fará a Viacom? É o que perguntam entidades de defesa dos direitos à informação digital. Essa briga ainda vai longe.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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