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Corrida debaixo da terra

Como disse outro dia, em Londres você pode – se quiser – andar só de metrô. Dá para ir a qualquer lugar. Exemplo: de Piccadilly Circus, bem no centro da cidade, até o aeroporto de Heathrow, a mais de 40km de distância, em aproximadamente 20 minutos. Dá também para se conectar com as diversas linhas de trem que cortam o País. Em cerca de quatro horas, chega-se a Liverpool, por exemplo, que fica a 400km. Nada mau, certo?

Bem, o metrô de Londres – que aqui eles apelidaram de “tube”, porque várias estações têm corredores em forma de tubo – não é tão limpo quanto o de São Paulo. Trens e estações parecem antigos (e são mesmo), e dentro deles cai por terra aquela noção que fazemos dos ingleses como um povo limpo e educado. Há garrafas e sacolas plásticas jogadas no chão dos vagões, e já vi uns três ou quatro grupos de bêbados. As escadas rolantes são enormes (na foto, uma delas), cheias de publicidade, e muitas vezes falham. Aí, você tem que subir sei lá quantos degraus e chega lá em cima exausto (para os curiosos, este site traz um mapa interativo das linhas).

Mas, circulando pelo metrô de Londres, fiquei pensando: precisa mais? Ninguém entra no metrô para passear, certo? Este é o meio de transporte mais prático que existe. Leva-nos a qualquer lugar numa megalópole como esta. Paga-se relativamente barato (5 libras por um bilhete que dá direito a andar o dia inteiro, entrar e sair das estações e dos trens quantas vezes se quiser) por um serviço eficiente, que cumpre absolutamente a sua finalidade: transportar as pessoas de um lugar a outro.

Quando você tem um compromisso e consegue chegar na hora marcada, indo de metrô, é que percebe o valor desse serviço. Será que ainda verei algo assim no Brasil?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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