Outro texto do Estadão com que me identifiquei foi a entrevista de Fernando Meirelles, cujo filme “Ensaio sobre a Cegueira” estréia esta semana. Já comentei aqui sobre a admiração que tenho por Fernando, a quem conheci muito jovem e que considero, além de excepcional em seu trabalho, uma grande figura humana. Na entrevista, ele revela uma característica que, confesso, me causa inveja: não usa celular. “Não sou o Iraque para ficar sendo invadido a toda hora”, explica. Bela analogia. Conheço pessoas que simplesmente não conseguem se desgrudar do celular, como se de cada ligação dependesse o fim do mundo. E às vezes me pego quase agindo como elas. Felizmente, logo me recomponho e desligo o bichinho. Durante a viagem, como o celular quase nunca funcionasse (embora a operadora Claro tivesse garantido que sim), recebi várias ligações que se transformaram em mensagens guardadas na caixa postal. Ao voltar, descobri que quase todas não tinham a menor importância. Conclusão: a vida sem celular é bem melhor. Ou não?
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