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Curso rápido de japonês

Comentei aqui outro dia sobre as peculiaridades do idioma japonês. Juro que tentei, tentei, e não consigo passar de três ou quatro frases. Mas valeu a tentativa: descobri, quase sem querer, que os japoneses adaptaram de forma bem criativa algumas palavras de uso internacional, a maioria delas do inglês. Vejam alguns exemplos:

Cama – Em japonês, é “bêdda”, certamente derivado do inglês “bed”

Elevador – “Erebêtaa”, cujo som é bem parecido com “elevator”

Gerente – “Máneedyaa”, que na voz de um japonês soa quase igual a “manager”

Restaurante, aqui, é “lessutoran” – bem apropriado, considerando que essa é uma palavra originária do francês “restaurant”. Outra curiosidade é como o japonês se apropria de palavras inglesas por pura dificuldade de pronunciar o original. Como se sabe, eles não conseguem falar a letra “L”, geralmente transformando-a em “R”. Daí que “cabo”, por exemplo, é “quêiburu”, quase uma corruptela de “cable”; “mesa” é “têiburu” (idem, para “table”); e “lavagem” (de roupa) na boca de um japonês vira esta preciosidade: “curíningu”, que tem a ver com… isso mesmo: “cleaning”.

Listei uma infinidade de palavras assim: “paspooto” (sim: “passaporte”), “buréqui” (acertaram: “freio”, que em inglês é “brake”), “gassorin” (claro, “gasolina” ou “gasoline”), “êndin” (acredite: é como eles pronunciam “motor”, adaptado do inglês “engine”). O tal “buréqui”, por sinal, me fez lembrar que antigamente no Brasil também dizíamos “breque”, em vez de “freio”.

Alguns casos da pronúncia japonesa são de morrer de rir. Confiram:

Luum suêbisso – Sabem o que é? “Serviço de quarto”, ou “room service”.

Uíndoo – Esta é fácil: “janela”, ou “window”.

Táya – Vejam só: “pneu”, que em inglês é “tire” (pronuncia-se “táier”)

Rândoru – Ainda dentro do assunto automóveis: “volante” (“handler”)

Vejam no quadro abaixo como eles pronunciam os nomes de alguns países. Aliás, tentem adivinhar que países são esses…

E, para terminar, “torâncu”: nada a ver com o que você está pensando; é “porta-malas”, que nos países de lingua inglesa costuma ser chamado de “trunk”.

Isso é que é criatividade para se fazer entender.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Inacreditável Orlando e ainda há gente aqui no Brasil se preocupando em eliminar neologismos e palavras estrangeiras já adaptadas ao uso corrente em nossa lingua portuguesa. Que perda de tempo e de dinheiro!!!

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Orlando Barrozo

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