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Instaladores: um novo papel

No evento SyncroAcoustics, que ocorreu semana passada em São Paulo, pude conversar longamente com Jeff Talmadge, diretor da Denon, uma das marcas preferidas dos instaladores brasileiros de home theater. Praticamente toda a conversa, assim como o teor da palestra de Talmadge aos cerca de 60 profissionais presentes, girou em torno da necessidade de aprender (e oferecer ao usuário) os novos recursos dos receivers, que cada vez mais se aproximam dos computadores.

Os modelos top de linha da Denon – e também os de marcas concorrentes, como Marantz e Onkyo – estão incorporando a capacidade de operar em rede, quando não eles próprios (os receivers) comandarem a rede. Claro, falo de redes domésticas, com ou sem fio, em que vários equipamentos da casa “conversam” entre si. Certos receivers funcionam quase como media centers, incluindo memória para armazenar horas e horas de áudio e vídeo, além de fotos, textos etc.

Evidentemente, são aparelhos caros, se comparados com os modelos convencionais. Como então vendê-los, ainda mais num momento de retração do consumidor? Esse tipo de aparelho só faz sentido quando integrado a um sistema maior, em que o usuário perceba claramente os benefícios. Quem não quer (ou não pode) investir num Crestron ou AMX, ou mesmo um Control4, que tem custo mais acessível, tem agora a possibilidade de usar o receiver para funções que vão muito além dos filmes e da música.

Só que, para ter a necessária argumentação de venda e – mais importante – saber implantar um sistema desses, é preciso estudar. “Tem que aprender sobre computador, internet, redes telefônicas, redes de dados, streaming”, enumera Talmadge. “Não há outro jeito”. Esse é o novo papel que se espera do instalador, profissional que inclusive em outros países está mudando de nome para INTEGRADOR. No futuro bem próximo, só vão sobreviver aqueles que souberem se adequar a essa nova realidade.

Quem, em vez disso, quiser ficar reclamando da concorrência dos magazines e brigando por preço, certamente vai ficar para trás.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Pois é meu amigo, como venho dizendo há tempos, o áudio e vídeo baseado apenas em receiver, DVD player, TV e caixas acústicas acabou, isso ficou no passado, e quem quiser realmente continuar a atuar no ramo terá que ser profissional especializado em TECNOLOGIA!
    Já não há espaço para amadorismos nesse negócio, e continuar a postar no velho certamente será sinônimo de vida curta no mercado.

  • Não esquecendo que Denon é uma das marcas preferidas porque vende muito no Paraguai!

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