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A transição de Obama

No momento em que escrevo, assessores do presidente eleito Barack Obama discutem a possibilidade de adiar o switch-off da TV analógica nos EUA. Pelo cronograma aprovado dez anos atrás, no próximo dia 17 de fevereiro todas as emissoras do País devem desligar seus transmissores analógicos e levar ao ar somente sinal digital. Assim, quem não tiver em casa um conversor (set-top-box) ou um TV com conversor embutido, simplesmente não vai conseguir assistir nada (exceção feita aos assinantes de TV a cabo ou satélite, cujos receptores foram trocados pelas próprias operadoras).

Obama vem sendo pressionado a adiar o switch-off pelos grupos de defesa do consumidor, sob a justificativa de que pelo menos 7% das residências americanas ainda não estão preparadas para receber sinal digital. Também as pequenas emissoras de TV do interior, que não conseguiram se erquipar a tempo, querem o adiamento. Já as grandes emissoras e os fabricantes de equipamentos defendem exatamente o contrário. Nesta 3a. feira, Gary Shapiro, presidente da CEA (Consumer Electronics Association), que representa mais de 2 mil fabricantes, enviou carta pessoal ao presidente eleito pedindo que a fatídica data de 17 de fevereiro seja mantida. “O adiamento vai causar ainda mais confusão”, alega ele, uma opinião compartilhada pelo próprio Kevin Martin, chefe da FCC (Federal Communications Comission), equivalente lá à nossa Anatel – Martin, por sinal, deve ser substituído pelo novo governo.

Está aí mais um belo abacaxi que o digníssimo George Bush deixa para Obama. Neste momento, congressistas do Partido Democrata estudam uma mudança na legislação – lá essas coisas são levadas a sério – que permita adiar por 90 dias o switch-off. Os tais 7% de casas que ainda não têm equipamento digital equivalem a cerca de 25 milhões de pessoas, um número nada desprezível para alguém que acabou de ser eleito. Por outro lado, o adiamento colocaria em cheque a credibilidade de todo o sistema de TV Digital, planejado cuidadosamente na década passada.

Vamos ver o que decide o novo presidente.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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