Interessante matéria saiu neste fim de semana no site da Reuters. O correspondente da agência no Brasil descreve o comportamento dos brasileiros em relação à crise, comparando-o com as reações de outros povos. Não escapa nem o velho jargão do “país do carnaval, do samba e do futebol”.
Deve ser assim que os estrangeiros estão nos vendo, neste momento em que o mundo quase todo entra em depressão. “Crise? Que crise”? disse o presidente Lula, segundo o repórter, apesar do aumento do desemprego. Depois de percorrer shopping-centers e se surpreender com o movimento, ele ouviu gente da rua e especialistas, para chegar a três explicações diferentes para esse eterno otimismo:
1) Causas naturais: o brasileiro parte do princípio de que “o futuro a Deus pertence”. Então, o negócio é relaxar.
2) Estamos menos expostos à crise global, porque nosso nível de comércio internacional é ínfimo: somente 22% do PIB, metade do México, por exemplo.
3) A força do hábito: estamos tão habituados às crises que elas nem nos impressionam mais. Nossa tendência é fingir que elas nem existem.
Pessoalmente, me inclino a acreditar mais nesta última hipótese. É mais ou menos como aquelas pessoas que moram numa casa no morro sabendo que ela pode cair a qualquer momento. Mas se recusam a sair de lá. Tendo novela, futebol e carnaval, o resto a gente vai levando.
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.QUEM VIVEU O BRASIL DE SARNEY SUPORTA ATÉ O FIM DO MUNDO.