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Case de mídia. E de polícia.

Está circulando pela internet documento confidencial (que, portanto, acaba de deixar de ser confidencial) sobre o caso Daniel Dantas, investigado até onde foi possível pelo delegado Protógenes, hoje estrela da mídia. O documento vem com a rubrica do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, e traz o título “Indícios de Manipulação da Mídia pelo banqueiro Daniel Dantas”. Nessa altura, é difícil saber quem está investigando quem, ou quem deixa vazar o quê, propositalmente, para a imprensa. Mas, na era da internet, o mais difícil é guardar segredo, certo?

Numa olhada rápida (o relatório tem 84 páginas), parece aqueles dossiês que o pessoal da ditadura fazia contra “inimigos do regime” e que, depois da abertura política, começaram a ser divulgados aqui e ali. Gente como Lula, José Serra, Mario Covas e até alguns jornalistas, artistas e intelectuais mereceram relatórios do gênero. Hoje, alguns até usam como parte de seus currículos, como se fosse uma grande façanha ser investigado daquela forma. 

Mas, voltando ao documento da PF, são citados vários jornalistas que teriam sido contratados por Dantas para plantar matérias na mídia em favor do banqueiro, ou contra seus adversários, o que dá na mesma. Essa história, na verdade, já é contada nos bastidores das redações há algum tempo. Dantas teria até financiado blogs e sites para distribuir notícias que lhe convêm. O problema é que tudo isso é dificílimo de provar. Sabe-se que está em curso uma campanha para desmoralizar o delegado Protógenes, mas também não dá para por a mão no fogo por ele, certo?

O mais importante, a meu ver, é a confirmação de que, mais uma vez, a imprensa está sendo manipulada. Por qual dos dois lados? Talvez por ambos.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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