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Globo aposta na TV pelo celular

Não é mera coincidência: no mesmo dia em que a BBC de Londres anunciava seus planos de investir em programação específica para a telinha do celular, a Globo fazia o mesmo em São Paulo. Aconteceu ontem, e é claro que as duas empresas estão mais do que certas. Aliás, não são as únicas. Redes americanas, alemãs, japonesas e de vários outros países caminham na mesma direção. Ou seja, o futuro da televisão – ou pelo menos boa parte dele – repousa nos aparelhos portáteis.

Falando especificamente da Globo, a emissora apresentou sua programação para 2009, como faz todo ano nesta época (em que comemora aniversário), e no evento deu grande destaque às novas plataformas de mídia. “Em cinco anos, haverá 50 milhões de usuários assistindo a TV aberta pelo celular”, disse Octavio Florisbal, diretor-geral da emissora, ao colunista Daniel Castro, da Folha de S.Paulo. Segundo ele, a aposta é que o celular seja a segunda maior audiência da Globo, maior do que a internet, que já atrai muita gente através do portal Globo.com, mas que naturalmente exige uma assinatura. No celular, o sinal será quase sempre aberto.

Ágil como sempre, a Globo já negocia os formatos de publicidade possíveis na mídia celular. No evento de ontem, exibiu aplicativos de interatividade que estão sendo testados para a atual novela “Caminho das Índias”, o que significa que pretende implantar algo do gênero nos próximos meses (a novela termina por volta de setembro), dependendo da regulamentação do Ginga. Outra novidade anunciada é que todos os telejornais agora terão versões para celular. “Queremos aguçar no usuário de internet a vontade de voltar a assistir televisão”, disse o diretor de programação, Manoel Martins, reconhecendo que a emissora vem perdendo audiência para as outras mídias.

Faz parte do projeto levar programas especiais que o usuário pagaria para ver no celular, uma versão portátil do pay-per-view que é sucesso, por exemplo, em atrações como o inevitável Big Brother. Só espero que a oferta não se resuma a isso. Se bem que quem paga para ver Big Brother merece, não é verdade? Deveria até pagar mais caro, como castigo.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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