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Philips vai, Sony vem…

A notícia de que a Philips está abandonando o desenvolvimento de displays 3D, divulgada esta semana, ainda precisa ser melhor explicada e digerida. Desde sempre, a empresa foi a maior defensora dessa tecnologia e fez questão de mostrar-se bem avançada em relação aos concorrentes. Tivemos o privilégio de promover, em 2007, o primeiro evento no Brasil onde um TV 3D foi demonstrado publicamente, diante de dezenas de profissionais do mercado, extasiados com aquele espetáculo (ver imagens em três dimensões sem ter que usar óculos especiais)!

A explicação oficial é que a Philips decidiu dar prioridade a outras áreas. A Folha Online chutou o número de 3 mil displays 3D vendidos até agora, mas a própria Philips não divulga seus números. Evidentemente, desenvolver uma tecnologia tão avançada custa caro, e a Philips – que não escapa da recessão mundial atingindo todo o setor – deve estar precisando cortar custos. Mas não seria por aí. Todo o foco do grupo neste momento está voltado para a inovação tecnológica, e poucas inovações dão tanta água na boca do usuário quanto a TV 3D.

Coincidentemente, a notícia saiu na mesma semana em que se realizou, em Tóquio, o Display 2009, um dos maiores eventos internacionais do setor, encerrado nesta sexta-feira. E lá a Sony fez questão de exibir suas soluções em TV 3D e OLED, entre outras tecnologias. A empresa mostrou o protótipo de um OLED de 21″ que visa o mercado comercial (eventos, shoppings, espaços públicos) – veja aqui o vídeo. E anunciou o lançamento comercial de seu novo projetor 4K para cinemas digitais, que ainda este ano estará equipando mais de 4.500 salas da rede AMC, nos EUA. 4K é como são conhecidos os projetores e displays que atingem a resolução de 4.000 pixels verticais. A belezinha aí de cima reproduz 4.096×2.160 pixels, o que dá mais de quatro vezes a resolução total do Blu-ray.

Além da altíssima resolução, esses novos projetores da Sony também são compatíveis com sinal 3D, uma novidade que o cinema deve explorar cada vez mais daqui por diante, como forma de não perder seu público para o vídeo e a internet. James Cameron (Titanic) é um dos cineastas que já trabalham nisso. É o futuro, sem dúvida. Vamos ter 3D nos cinemas (e sem óculos) bem antes de poder vê-lo em nossas casas.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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