Estão acalorados os bastidores da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), estatal encarregada de administrar a TV Brasil, projeto de televisão pública criado pelo governo. Depois que Gilberto Gil (autor intelectual da idéia) saiu do Ministério da Cultura, o projeto caiu nas mãos de Franklin Martins, chefe da SECOM (Secretaria de Comunicação). E este nomeou para presidir a empresa sua ex-colega de TV Globo, Teresa Cruvinel. Aí começaram os problemas.
Dois diretores da EBC pediram demissão atirando para todos os lados. Acusam a presidente de querer transformar um projeto de emissora pública em instrumento político do governo. Os dois, Orlando Senna e Leonardo Nunes, parecem ter combinado bem o discurso: o projeto era ótimo para o País, e está sendo descaracterizado por “má gestão” (o orçamento da EBC em 2008 foi de R$ 300 milhões). Além disso, argumentam eles, deixar uma emissora de TV nas mãos da Secretaria de Comunicação (e não do Ministério da Cultura) é inadmissível.
Não dá para discordar. Como lembra Nunes em sua entrevista ao site Comunique-se, vem aí mais uma eleição e dificilmente um governo que quer fazer seu sucessor vai resistir à tentação de usar uma TV pública em benefício próprio. A única forma de impedir isso é ter um Conselho Curador atuante, coisa que a TV Brasil não tem (o atual presidente do Conselho, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, dedica-se mais ao Palmeiras, clube que preside).
Também não dá para discordar de que tudo isso tem cara de filme velho. Alguém em sã consciência acreditou algum dia que o governo Lula iria criar um TV pública para defender a cultura nacional? O próprio Nunes, aliás, dá a senha para a resposta, ao propor que a CUT e os sindicatos se unam para defender a TV Brasil! Quem, cara pálida? Sindicato misturado com estatal? Melhor deixar como está.
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Caríssimo Orlando,
É triste ver tanto dinheiro sendo jogado fora. Conheço algumas pessoas que trabalham ou trabalhavam na TVE, a emissora educativa do estado do Rio de Janeiro e pude ver de perto a paixão destas pessoas por tevê e suas dificuldades. Em um estado governado por políticos do quilate de Brizola, Benedita e Garotinho, era de se esperar que as verbas para a cultura fossem reduzidíssimas. E estas pessoas sempre lutaram para manter a emissora viva, atuante, representativa. O mesmo vale para a Cultura de São Paulo, que tem uma história interessantíssima. Com estas e outras emissoras educativas estaduais, precisava gastar tanto dinheiro numa nova TV?
Não vamos esquecer dos desvios éticos que existem na família de Franklin Martins. Se acontece o mesmo em sua secretaria e na TV Brasil, boa parte dessa bolada já está nos bolsos de quem não sabe o limite entre o público e o privado...
Abs
Julio Cohen