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PLC, teles e banda larga

Deve esquentar o tempo entre as operadoras telefônicas e as distribuidoras de energia nos próximos meses, por causa da regulamentação do serviço de banda larga via rede elétrica, o chamado PLC (Power Line Communication). Diz o site Tela Viva que a Aneel, agência reguladora do setor de energia, realizou sua consulta pública na semana passada, onde as operadoras foram muito criticadas. Aguarda-se para os próximos meses a posição da Aneel quanto à regulamentação (a Anatel já fixou seus parâmetros). Como as redes elétricas são de propriedade das distribuidoras de energia, para usá-las as teles terão que negociar. E essa negociação promete não ser nada fácil.

O Tela Viva lista seis distribuidoras de energia que já têm tudo pronto para colocar o PLC em operação, assim que forem autorizadas pela Aneel: Copel (do Paraná), Cemig (MG), CEB (Distrito Federal), Light (RJ), Celg (Goiás) e Escelsa (Espírito Santo). Acrescento ainda a AES Eletropaulo, que fez os primeiros testes, no Maranhão. A Copel, por exemplo, diz que pretende lançar o serviço comercialmente ainda em 2009 e nem quer ouvir falar de compartilhar sua rede com alguma operadora telefônica. A empresa criou um projeto-piloto chamado web-demand, pelo qual 300 residências da cidade de Santo Antonio da Platina já têm acesso a internet gratuita e de alta velocidade.

Pelo visto, aí está o pulo do gato do PLC, que o pessoal de energia sacou: a cobrança do serviço será pelo uso, e não por assinatura como no sistema atual. Ou seja, você irá pagar exatamente aquilo que consumir de banda, como acontece com a sua conta de luz. Se isso se concretizar, será uma revolução na internet brasileira. Acabaria o chamado traffic-shaping, pelo qual a operadora controla a velocidade de cada assinante – e este às vezes nem fica sabendo. A banda larga, enfim, seria democratizada.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Caro Orlando.Boa tarde.A cobrança por consumo como tudo "nesse pais" q se trata de autorização governamental ( ou de agencias "des" reguladoras,cabides de emprego politico,como preferir) seria catastrófica.Será cara demais,pode lembrar o q digo .O ideal seria internet sem shape e sem limites, a um preço acessivel.Grato

  • A cobrança PLC pelo consumo vem reduzir o
    preço, é como restaurante por quilo, você
    não paga nivelado pelo máximo. As operadoras
    de Banda Larga vem agindo com propagandas enganossas e preços abusivos, diante disso, as distribuidoras de energia não dever aliar às telefonicas.

  • Caro, uma correção. Na verdade, no caso da AES, quem faz os testes é a AES Eletropaulo Telecom, que é a operação de telecomunicações da empresa, sem vínculo com a Eletropaulo energia. Os testes são em São Paulo, nos bairros de Moema, Cerqueira César e Pinheiros e não no Maranhão. Qualquer dúvida, entre em contato, sou assessora de imprensa da empresa.

  • pessoal, a concorrência é saudável, talvez isso vem acabar com o abuso das companhias telefônicas, que por tanto tempo esfolou nosso orçamento e, ainda oferecendo serviços de baixa qualidade e muito caro, no Japão se navega com 16mb por 47 reais, espero que as companhias de energia também não mantenham o abuso próximo das teles. roberto.

  • Estou entedendo que a infraestrutura (fiação/cabeamento) é a mesma já implantada da energia elétrica, se assim for os custos serão mais baixos e a democratização é evidente, desde que seja cobrado pelo uso real.

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Orlando Barrozo

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