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PLC esquenta o mercado

A decisão da ANEEL de autorizar as distribuidoras de energia a oferecer serviços de banda larga via rede elétrica já era esperada. A tecnologia PLC está se consolidando nos países mais desenvolvidos, e o Brasil possui empresas altamente qualificadas para fazer o mesmo aqui. O problema vai ser, digamos, mais político: quem irá pagar a conta? O que a ANEEL fez agora foi o mesmo que a Anatel havia feito meses atrás, quando liberou as operadoras telefônicas a trafegar seus dados pela rede elétrica. Foi como dizer: “virem-se”. Cabe agora às empresas – dos dois setores – combinarem como colocar o sistema para funcionar.

Apenas recapitulando: PLC (Power Line Communication) é a tecnologia que permite transportar sinais de áudio, vídeo e dados pela rede elétrica, sem interferências. Como a rede física já existe, basta acoplar pequenos adaptadores para fazer a repetição desses sinais até levá-los às casas dos usuários, onde são instalados conversores junto às tomadas elétricas. Em sua regulamentação, a ANEEL propõe que se aproveite a oportunidade para implantar também os sistemas de medição inteligente do consumo, nos quais o usuário consegue saber exatamente quanto está gastando de energia e até programar seus aparelhos domésticos para serem desativados quando não em uso. O resultado: contas de luz mais baixas para todo mundo no final do mês.

Mas é aí que mora o problema. As distribuidoras querem exatamente o contrário: que as contas de luz aumentem, não diminuam. Começa então uma briga política que ninguém sabe aonde vai dar. Mais: as empresas de energia vão querer cobrar pelo “aluguel” de suas redes às operadoras de banda larga e TV por assinatura, que nesse caso terão que repassar o custo ao assinante. Na prática, o que as agências reguladoras estão fazendo é esperar que todos esses setores se entendam. Se não se entenderem…

Este artigo ajuda a entender melhor o tamanho da encrenca.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Se não for baixar os extorcivos preços das contas de internet, eu digo: não, obrigado!

    nem precisa baixar a de luz, só a conta dos mb já ta bom.

  • A chamada "inclusão digital" tão perseguida pelo Governo terá um impulso enorme com a implantação da tecnologia PLC. Creio que o maior obstáculo ao acesso à Internet seja a baixa popularização da telefonia fixa, por uma razão que todos conhecemos: custo exorbitante. Outro obstáculo é a falta de redes de telefonia em locais distantes, o que já não acontece com as redes de energia elétrica que chegam em praticamente todos os rincões. Acho que não vai ter jeito. O Governo tem que interferir nesse concerto todo para implantação dessa nova tecnologia, sob pena de ficarmos apenas olhando o cavalo passar encilhado e não montar nele.

  • Se não for demorar muito sera bem útil para a população que espera sempre por uma técnologia eficaz e barate.

  • Governo?

    Se formos depender de iniciativas do Poder Público (a quem cabe apenas e tão só a regulamentação) para vermos implementados os serviços de internet com banda larga via PLC, é melhor esquecer.

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Orlando Barrozo

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