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Todo mundo ama o LED. Ou não?

Pelo visto, a resposta é sim. É impressionante como o LCD está sendo rapidamente deixado em segundo plano. Visitei ontem e hoje os estandes das principais empresas, aqui na IFA, é quase só vi TVs de LED (na foto, vários deles enfeitam o estande da Samsung). E em todas as entrevistas os executivos deixam claro que é nisso que a indústria aposta; 2009, ainda não, mas 2010 será com certeza o ano dessa tecnologia, apesar dos bravos esforços do plasma.

De certo modo, esse fenômeno é conseqüência da descoberta, por parte do consumidor, de que alta definição não aquilo que ele pensava ser. Explicando melhor: a maioria achava que TV Digital e Alta Definição eram a mesma coisa; muitos também pensavam que estavam comprando plasma, quando na verdade era LCD. E quando foram ver tinham uma imagem inferior à do vizinho! Os fabricantes venderam muitos LCDs em cima dessa, digamos, ilusão de óptica. E continuam vendendo. Só que não estão ganhando dinheiro: a guerra de preços começou a preocupar os acionistas. Chegou a tal ponto que os adeptos da Lei de Gerson saíram correndo para aproveitar. Pensaram que estavam levando vantagem…

A tecnologia de LEDs recoloca as coisas mais ou menos no lugar. Com os preços caindo um pouco, vai dar para brigar com o plasma em igualdade de condições. E o consumidor vai poder, enfim, optar por aquilo que julgar melhor. Tecnicamente, os novos TVs de LED deixam muito para trás os primeiros que foram lançados, o que também não é novidade: aconteceu a mesma coisa com o plasma, há dez anos. Agora, podemos ver imagens mais contrastadas e um preto que é preto, não cinza. Pessoalmente, nesse aspecto ainda prefiro os TVs de tubo, mas essa é outra história.

Os novos LEDs não serão mais os chamados “periféricos” (ou edge-lit, como se diz em inglês), isto é, com os diodos apenas nas bordas. Os painéis agora possuem maior quantidade de diodos, e estes são espalhados por toda a superfície da tela. Numa cena escura, o circuito automaticamente apaga o led naquela área do display; apaga mesmo, e numa velocidade inimaginável para quem viu os primeiros LCDs.

Antes que alguém diga que estou torcendo contra o plasma, já adianto que os plasmas exibidos aqui na IFA também me impressionaram favoravelmente. Teremos uma boa briga nos próximos dois ou três anos.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Minha próxima tv:

    led backlight (gostaria que fosse OLED, mas isso ainda vai demorar)
    entrada ethernet
    conversor embutido
    full hd
    3d.

  • Enquanto por aqui somente a Samsung está oferecendo suas Leds, a Sony jogou a toalha e vai apostar no Lcd de 240 mhz. No 1o. mundo, porém, os fabricantes estão dando a direção do mercado. No Brasil, preços absurdamente caros (tributos, margens, etc.) e tecnologia a reboque do que acontece nos paises adiantados. Temos gadgets, mas a que custo para o consumidor? Basta ver os preços nos sites estrangeiros. Argh!

  • O texto do artigo, como tantos outros que vemos por aí, induz o leitor ao erro. Coloca LED como se fosse uma terceira tecnologia, o que não é verdade. Continua sendo um painel LCD, com suas limitações inerentes, só que com um tipo de iluminação diferente. Isso deveria sempre ser deixado bem claro, principalmente por quem é da imprensa especializada. Só qria saber é qdo vão solucionar o problema do ângulo de visão dos LCD's, sejam de LED ou não ...

  • Orlando, boa tarde!
    Concordo contigo nessa matéria. Espero que os fabricantes se definam com um sistema bom, inteligente, custo benefício a altura da maioria dos mortais e evitar grandes desperdícios com mudanças muito rápida. O povão precisa usufruir do bem sem ficar desatualizado "no dia seguinte" e consequentemente não inundar o mundo com lixão eletrônico.

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Orlando Barrozo

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