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Teles e TV paga podem ir à Justiça

Reportagem de Renato Cruz, no Estadão, mostra que não anda nada bom o clima entre operadoras de telefonia e de TV paga – que, na verdade, nunca foi mesmo dos melhores. O motivo do conflito agora é o leilão das freqüências de MMDs que não estão sendo usadas para TV. A Anatel lançou consulta pública propondo que essas freqüências sejam repassadas à telefonia celular, já que o segmento cresce geometricamente e corre o risco de um “gargalo” daqui a pouco. A consulta termina esta semana, mas antes disso as pequenas operadoras de TV paga, que ainda dependem do MMDS, estão gritando e até ameaçando ir à Justiça.

Para quem não está familiarizado com essa linguagem, é bom explicar que MMDS (Multichannel Multipoint Distribution Service) é o serviço de TV por assinatura baseado em microondas aéreas, não via cabo. Antes de existirem as redes cabeadas, todas as operadoras usavam esse sistema, que com o tempo tornou-se tecnicamente superado. Mas ainda é muito útil para regiões de difícil acesso, onde o cabeamento é complicado e caro. O plano da Anatel é reduzir a faixa de freqüências MMDS de 190 para 50Hz; os 140Hz que sobram seriam usados para as novas redes de celular 4G que vêm aí. Teoricamente, ficariam apenas 50 canais MMDS, o que as operadoras – representadas pela Neotec – consideram muito pouco. Segundo elas, 1MHz mal dá para transmitir sinal de TV, quanto mais competir num mercado em que vigora o triple play (TV+telefone+internet banda larga).

Esta é daquelas questões em que os dois lados têm razão, daí o risco efetivo de se ter que recorrer à Justiça. O segmento de MMDS representa hoje uma pequena parcela do mercado de TV paga (380 mil assinantes, segundo a Anatel, contra mais de 6 milhões do cabo), cobrindo apenas 300 cidades que tão cedo não terão outra opção de serviço. Esta opção será certamente o WiMax, que ainda depende de uma série de regulamentações. Por outro lado, uma disputa judicial certamente irá atrasar a implantação do celular 4G, serviço que permitirá o acesso móvel às redes de banda larga.

De que lado você fica? Uma boa explicação sobre assunto, encontrei no site Telesintese. Uma análise mais atualizada está no Teletime.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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