Foi dura a madrugada de anteontem para alguns deputados do nosso amado Congresso Nacional. Envolvidos durante o dia inteiro em conversas com representantes das emissoras de TV e das operadoras telefônicas em torno do já célebre projeto-de-lei 29/2007, eles só conseguiram ir para casa por volta das 3hs da manhã. Sabe-se lá o que foi discutido nessas conversas, mas o fato é que a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara aprovou uma nova versão do PL29 que agrada, se não a todos, à maioria.
Para contentar as teles, foi aprovada a entrada delas no segmento de TV por assinatura, coisa que até agora é proibida – embora, como sempre no Brasil, Embratel e Telefônica tenham dado um jeitinho associando-se, respectivamente, à Net e à TVA. Se o projeto for aprovado pelo plenário da Câmara, as teles poderão enfim participar da produção de conteúdo para alimentar as emissoras de TV paga. Para contrabalançar, satisfazendo as emissoras, essa participação será limitada a 30%, ou seja, a maior parte do bolo continuará nas mesmas mãos. Pode-se argumentar que já é um avanço. O problema é como se chegou a tal decisão, na calada da madrugada, entre conversas de bastidores.
Bem, agora vendo por um outro ângulo: talvez seja melhor assim, porque esse tipo de discussão, quando muito aberta, acaba resultando em pressões demagógicas daqueles que gritam mais. Caso dos produtores de cinema, que queriam ver incluída no projeto a concessão de mais poderes para a já todo-poderosa Ancine. A idéia deles equivalia a “tomar o poder” dentro da Agência que controla tudo sobre audiovisual no País. Felizmente, ficou só na idéia, e a Ancine deve continuar mais ou menos como é hoje.
Resta agora a questão das cotas de programas nacionais, a serem impostas à programação da TV paga. A votação é tão complicada que foi deixada para a semana que vem. As operadoras estão fazendo o que podem para evitar a aprovação; esta semana, a Sky convocou a imprensa para distribuir um “estudo” sobre os efeitos das cotas no mercado, concluindo que “quem vai pagar a conta é o assinante”. Se a proposta for aprovada, até mesmo programadoras estrangeiras – CNN, MGM, HBO etc. – se verão obrigadas a incluir programas brasileiros em sua grade.
O curioso é que essa idéia gira pelo Congresso há dois anos e ninguém até agora, que eu saiba, se lembrou de perguntar a opinião do maior interessado: o assinante de TV paga. Será que ele quer, mesmo, ver mais programas nacionais?
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Concordo com todos os reclamantes acima.
No entanto, tenho que fazer um registro. Assino uma tv de sinal via satélite (não mencionada até agora) que é nova na área, tenho um pacote simples (família), pago um preço razoável e recebo uma grade de programação que supre as minhas necessidades familiares. Em face de tudo isso considero que a assinatura que tenho é uma verdadeira exceção neste contexto.
Quanto à programação mínima obrigatória (seja produção nacional, ou não) penso não deva existir. Como dito antes, lancem, então, canais exclusivos para programação nacional, e quem tiver interesse que os assine/assista.
Boa tarde a todos, eu tenho assinatura com a antiga Directv (atual Sky), desde 1996. Justamente pra fugir de programas fuleiros, sempre procurei qualidade e não quantidade nos programas. Nós estamos o vendo o inicio do que vai se tornar em uma censura estilo anos 60 e 70. Onde o país ficou fechado a novas informações. Não quero isso, não quero ver "bundas", "programas ridículos de auditórios" ou "exploração da desgraça alheia" é que se produz neste país isso é horrível pra dizer o mínimo. Caso fique concretizado tal nivelamento por baixo dos programas dos canais por assinatura vou buscar outras alternativas como a internet ou programas disponibilizados em satélites internacionais o problema para a maioria seria o idioma mas fazer o que...
Querendo agregar a minha opinião às dos que me antecederam nesse blog, eu gostaria de colocar alguns outros aspectos como os constantes erros nas faturas, sempre para mais, e as dificuldades em conseguir a contestação; pacotes montados pelo prestador de serviços, não se respeitando o direito de o consumidor escolher os canais de interesse dele; atendimento sofrível e demorado pelas centrais; vendem gato por lebre quando dizem que a programação oferecida é de alta definição (HD), mas se sabe que a qualidade do sinal não passa dos 720p; normalmente não tem política diferenciada para quem já é cliente, enfeitando alguns detalhes para se cobrar mais caro, ou seja, não se procura surpreender o cliente, apenas se aproveitar de seu desconhecimento técnico para lhe imputar novos custos...
Isso demonstra o qual o nosso Congresso está distanciado da realidade dos consumidores deste País...
Atenciosamente,
Oswaldo
O governo realmente é bem hipócrita para querer impor o q vou assistir.Estamos na ditadura e ninguém me avisou?!
Se eu pago uma tv por assinatura, é pq qro assistir o conteüdo q eu quiser, pois é comofoi citado acima por outras pessoas,se fosse para assistir o lixo de muitos e muito programas de tv aberta (não são todos) eu não pagaria tão caro por uma assinatura de tv.
Q o governo tome vergonha na cara e não tire o direito de assistirmos o q queremos.Pos se isso acontecer eu convido a todos q pensem como eu a cancelar as suas assinaturas em retaliação a uma lei tão hipócrita, e procurar-mo outras fontes de entretenimento audio visual!!!
Isso é uma vergonha , como querem nos obrigar a assistir o que não queremos, se já pagamos por um motivo: a tv brasileira so tem desgraça ,baixaria, uma programaçao de muito mal gosto. se fosse para assistir isso ninguem aqui pagaria. e usariamos o meio mais barato [o convencional onde nos obrigariamos a ver bbb,mulher semi nua aos domingos e sabado e programas como Caso de Familia e outros besterols, os quais tem muitos por ai que acabam degradando a imagem dos brasileiros.] Me desculpe se ofendo alguen, mas temos direito de escolha . e se caso essa proposta for aceita,farei o cancelamento da minha sky. Pois isso ira beneficiar apenas um pequeno grupo , e nos vamos ficar a ver navios como sempre;apenas assistiremos acontecer .