A toda velocidade

Quase ao mesmo tempo em que anunciava sua saída do segmento de WiMax, a americana Cisco agitou o mercado de tecnologia esta semana com o lançamento de uma nova plataforma de banda larga capaz de multiplicar a velocidade das conexões. No caso do WiMax, a empresa acumulou dois anos de prejuízos até se decidir a não produzir mais modems e acessórios dessa tecnologia. Embora o padrão WiMax seja o preferido da maioria dos especialistas para dar suporte às futuras redes 4G (futuras aqui; na Europa e nos EUA já são presentes), a Cisco preferiu se concentrar na infraestrutura de redes, que sempre foi a base de seu sucesso.

Já no caso da banda larga cabeada, a conversa é bem outra. O mundo inteiro está à procura de sistemas mais velozes e confiáveis, capazes de suportar o espantoso crescimento das redes e a demanda dos usuários. Já comentei aqui sobre o risco que alguns enxergam, de haver um “apagão” na internet mundial devido ao estrangulamento das redes. Também por isso, o lançamento da Cisco está sendo saudado com entusiasmo. Suas ações dispararam na Nasdaq. Segundo a empresa, o novo CSR-3 teria capacidade equivalente a doze vezes a de um roteador convencional, com o triplo da velocidade de transmissão do modelo anterior, o CRS-1: nada menos do que 322 terabits por segundo!!! E a Cisco dá exemplos do que isso significa na prática:

— Fazer download de todos os livros da Biblioteca do Congresso dos EUA em… 1 segundo;

— Todos os quase 2 bilhões de habitantes da China falando ao telefone ao mesmo tempo;

— Fazer streaming de todos os filmes já produzidos em Hollywood até hoje, em… 4 minutos;

Chega, não? O novo roteador, que ainda não tem data para chegar ao mercado, não é destinado ao consumidor final, mas a operadores de grandes redes. Seu custo é estimado em 90 mil dólares. “Vamos mudar a cara da internet mundial”, prevê o CEO da Cisco, John Chambers. Mais detalhes aqui.