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O provável fim de uma marca

Comentei na semana passada sobre a importância de preservar uma marca, como faz a Apple, e vejam o que está acontecendo com a Palm, outra marca de tecnologia que até bem pouco tempo atrás era sinônimo de inovação. Devastada pela queda nas vendas de seu principal produto, o smartphone Pre (foto), a empresa teve que anunciar publicamente que está à venda! Como acontece nos mercados maduros, os acionistas foram informados no início deste mês que o fundo de investimentos Elevation Partners, dono da maior parte das ações, cansou de esperar pela recuperação da empresa e começou a demitir executivos de postos-chave – o que, convenhamos, só desvaloriza os ativos e cria um ambiente adverso a uma possível venda.

Segundo a agência Bloomberg, especializada em notícias do mercado financeiro, não há mais volta. Embora há um ano a Palm fosse uma das forças no emergente mercado de smartphones, uma série de erros estratégicos fez ruir o prestígio dessa empresa que praticamente inventou o chamado “computador de mão” (os americanos chamavam de “handheld”, mas durante muito tempo a definição preferida era “palmtop”, numa prova de força da marca). Nos últimos doze meses, as ações da Palm em Wall Street caíram 55%, e seu valor de mercado, que era de US$ 2 bilhões, é hoje de US$ 1 bi, com tendência de queda, se não houver uma solução rápida.

Diz ainda a Bloomberg que há nada menos do que seis possíveis compradores: as americanas Dell e Research-in-Motion (esta dona do Blackberry, um dos grandes concorrentes do Palm Pre) e as chinesas HTC, Lenovo, Huawei e ZTE. Nesta segunda-feira, nova queda das ações da Palm, com a demissão do vice-presidente, Michael Abbott, responsável pelo sistema operacional WebOS, que não conseguiu decolar. E, como desgraça pouca é bobagem, aumentou os rumores de uma intervenção no banco Goldman Sachs, justamente aquele que a Palm escolheu para representá-la nas negociações. Ou é muita incompetência, ou é o cúmulo do azar!

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • E para piorar ainda mais as coisas, a rede Radio Shack anunciou nesta segunda-feira que não irá mais vender produtos da Palm...

    Orlando

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