Enfim, aconteceu. Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas de TVs de tela fina (plasma, LCD e LED-LCD) representaram 56,8% do total saído do Pólo Industrial de Manaus. A informação é da Suframa. Os outros 43,2%, evidentemente, são de TVs de tubo CRT, em franca decadência. É a primeira vez que acontece essa inversão, ou seja, o mercado está mesmo adotando as telas finas. Em 2009, a proporção era oposta: 54,9% de TVs de tubo, contra 45,1% dos modelos mais modernos. Há tempos que fabricantes como Sony e Philips abandonaram a fabricação dos TVs analógicos, que tornou-se um processo mais caro do que a produção de LCDs. E as redes de varejo mais sofisticadas nem têm mais o produto para oferecer a seus clientes. Além de ser uma tecnologia ultrapassada, o CRT utiliza mais materiais nocivos ao meio ambiente. E, como os TVs são maiores e mais pesados, os custos de manuseio, armazenamento e transporte também se tornaram inviáveis.
Pessoalmente, ainda acho a imagem analógica mais natural. Mas essa é uma guerra perdida. Mais ou menos como nossos velhos discos de vinil, que só guardamos por nostalgia – OK, OK, a qualidade de áudio geralmente é melhor que a dos CDs, mas isso somente para quem cuida dos bolachões como se fossem jóias e possui toca-discos, cápsulas e agulhas de alto padrão. Voltando aos TVs de tubo, a sensação é de que logo estaremos nos despedindo deles. Não sem uma ponta de tristeza.
Orlando BarrozoOrlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.