As três irmãs briguentas

O jornal inglês Financial Times fez um interessante estudo comparativo entre as três empresas mais importantes do mundo atual na área de tecnologia: Apple, Google e Microsoft. Embora sejam na origem quase “irmãs”, elas vivem permanentemente em guerra entre si, cada uma ao seu estilo. Cada uma tem seus detratores e, também, seus evangelistas, como gostam de ser chamados os que as defendem ardorosamente. E, ainda que seja a maior do ponto de vista econômico, a Microsoft parece ser hoje a mais ameaçada.

Vale a pena dar uma olhada na análise, que foi traduzida em parte pelo portal do Estadão na semana passada. Alguns detalhes:

*Na comparação puramente numérica, a Microsoft, fundada em 1975 por Bill Gates e Steve Allen, está bem na frente: 92 mil empregados, US$ 58 bilhões de faturamento e US$ 31 bi em reservas; a seguir vem a Apple, fundada em 1977, com 36 mil empregados, faturamento de US$ 36 bi e reservas de US$ 23 bi; a Google, novata da turma, nasceu em 1998 e tem “apenas” 19 mil funcionários, fatura US$ 23 bi, mas possui reservas da ordem de US$ 24 bi (nesse item, portanto, supera a Apple).

*Mas o aspecto mais interessante da comparação está no quesito “valor de mercado”. É aí que Steve Jobs manda no jogo, pois sua empresa recentemente ultrapassou a de Bill Gates na Bolsa de Nova York, alcançando a inacreditável cifra de US$ 249 bilhões. A MS ficou com seus “mirrados” US$ 225 bi, enquanto a Google nesse ponto fica bem para trás: somente US$ 154 bi. Como lembra bem o jornal, nesse mundo de altíssima competitividade, vale muito também a chamada percepção do mercado.

*A MS, com todo o seu gigantismo, é uma empresa na encruzilhada, que deu alguns passos em falso (como o Windows Vista e sua tentativa de entrar no segmento de players portáteis, com o Zune), e raramente o mercado perdôa esse tipo de erro. Já Apple e Google são estrelas em ascensão; não é à tôa que vêm brigando a toda hora. Cada pequena vitória nessa guerra equivale a alguns bilhões de dólares a mais.