O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse esta semana que irá propor ao governo novas medidas para frear a importação de componentes que, segundo ele, está prejudicando a indústria nacional (vejam a notícia aqui). Refere-se principalmente ao setor de eletrônicos, que no seu entender está perdendo competitividade internacional diante da concorrência “desleal” de alguns países – não mencionou a China, mas nem precisava.
Toda vez que ouço esse tipo de conversa de defender a indústria nacional, fico com os dois pés atrás. Esse foi o argumento que sustentou, durante décadas, a famigerada reserva de mercado da informática. E que transformou inúmeros empresários em afilhados do poder (alguns simplesmente sumiram do mapa quando o governo mudou sua política). Ora, se o país está importando mais componentes, as razões são mais do que conhecidas: a demanda interna aumentou e não há produção suficiente de similares nacionais; ou, se há, o custo é mais alto do que os importados, certamente em função dos tributos e encargos que as empresas brasileiras têm que recolher. Simples assim.
Não é restringindo importações que se vai resolver o problema, mas sim incentivando a produção interna. A pergunta é: será que o governo está disposto a baixar impostos para isso? Mais: será que topa peitar a todo-poderosa China, que hoje produz de tudo, a preço mais baixo que o resto do mundo?
Claro que não. Coutinho deu essas declarações depois de encontros com empresários brasileiros. No fundo, está apenas fazendo jogo de cena para agradá-los. Conversa fiada.
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