A primeira grande revolução no comércio varejista aconteceu nos anos 50/60, quando surgiram os shopping-centers, conceito que limitou bastante o espaço para as chamadas “lojas de rua”. A segunda revolução é bem mais recente: na virada do século 20 para o 21, o sucesso da Amazon.com obrigou todos os varejistas a pensar em alguma forma de comércio eletrônico. É provável que estejamos diante da terceira revolução nesse ramo da economia. Talvez não no Brasil, ainda, mas certamente nos EUA.
Vejam algumas notícias das últimas semanas:
*O grupo DISH, um dos principais do mercado americano de TV por assinatura, adquiriu a massa falida da rede Blockbuster, com seus mais de 4 mil pontos de venda e uma dívida estimada em US$ 900 milhões. Mais do que as lojas, o grupo quer usar a imensa base de clientes deixada pela Blockbuster para fazer frente à Netflix, dona de pelo menos 70% do mercado de venda e locação de filmes online.
*A Sony anunciou o fechamento de 11 de suas 56 lojas SonyStyle, em vários estados americanos, numa tentativa de conter seus prejuízos no setor de varejo. No entanto, o negócio da SonyStyle online cresce continuamente, agora integrado à rede mundial PlayStation Network.
*A BestBuy, maior rede varejista de eletrônicos do mundo, anunciou um plano para reduzir em pelo menos 10% a área física total de suas mais de 1.000 lojas. A medida atende a pressões de seus acionistas, que defendem uma política mais agressiva do grupo na área de e-commerce. A prioridade agora é roubar clientes da Amazon.com.
O que há de comum entre as três notícias? Claro, as lojas físicas estão aos poucos cedendo espaço (literalmente) para suas concorrentes online. O consumidor brasileiro talvez demore para perceber, pois esse é um fenômeno típico dos países onde a infraestrutura de redes já está desenvolvida. Afinal, sem conexões rápidas nenhum esquema de e-commerce se sustenta. Mas, a médio prazo, o fenômeno irá se replicar pelo mundo afora, reforçado por tecnologias como a que transforma o smartphone num “cartão de crédito inteligente”.
Se é bom ou ruim? Não há como saber, no momento. É apenas inevitável.
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