Educação é o que interessa

Nesta segunda-feira, participei do programa “Sem Censura“, da TV Brasil, debatendo a questão do empreendedorismo e as qualificações exigidas dos profissionais que querem se estabelecer no mercado atual. Estavam na mesa a analista de RH Cristiane Prata, que criou o site www.vagasurgentes.net; William Monteath, diretor da empresa de recrutamento Robert Half; Alain Guetta, diretor da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH); Juliana Bonomo, gerente de recrutamento e seleção da empresa L’Oreal; e Sylvio Motta, professor e especialista em concursos públicos. Fui convidado a propósito do livro “Os Visionários”, que entre outras coisas trata do tema empreendedorismo relatando experiências de grandes figuras do mundo tecnológico.

Foi interessante constatar que boa parte das ideias que temos defendido aqui batem com o que pensam profissionais de outras áreas. A principal delas é que, sem uma revolução na área educacional, o Brasil não vai conseguir se alinhar – como pretende o governo – aos países de Primeiro Mundo, nem mesmo com alguns dos emergentes, como Coreia, Índia e China. Cristiane, que em seu site divulga gratuitamente ofertas de emprego, contou que mais de 30% dos visitantes buscam vagas de recepcionista e atendente de call-center, que dispensam maiores qualificações. Ou seja, preferem um emprego fixo (às vezes, sub-emprego) a ter de encarar tarefas que exijam mais preparo. Cria-se assim uma roda viva que só pode ser interrompida com uma… desculpem, não há outra forma de dizer: revolução na educação.

Um dos pontos que destaquei em “Os Visionários” é que quase todos os personagens do livro passaram por boas escolas antes de se aventurar em seus projetos. A maioria sofreu muito, trabalhando e estudando dias e noites, até obter sucesso. Ficaram milionários, sim, mas à custa de muito esforço, obstinação e, principalmente, estudo. Essa é a lição que fica. Sem ilusões.