Em extensa reportagem na semana passada, o jornal inglês Financial Times dissecou a situação do Brasil como polo de atração para investimentos estrangeiros. O jornal ironiza a pretensão do Brasil de “roubar” empresas da China, considerando nossos gravíssimos problemas de infraestrutura, logística, tributação e burocracia. Comparando as condições oferecidas pelos dois países, qualquer empresa bem administrada irá optar por montar fábricas em território chinês – e exportar para o Brasil, pelos mais diversos (des)caminhos, como muitas já fazem.
Bem, mas essa é apenas parte da história. O FT encontrou pelo menos um grande fabricantes chinês que já decidiu mudar-se para o Brasil. Trata-se da ZTE, segunda maior fabricante de equipamentos para telecom do país, que possui escritório de vendas aqui e é controlada pelo governo de Hong Kong. “Nossa fábrica no Brasil servirá de base para toda a América Latina”, prometeu no jornal inglês o principal executivo da companhia, Eliando Avila, anunciando ainda a contratação de 2 mil trabalhadores para a unidade que está sendo construída em Hortolândia, próximo de Campinas. Parte desses contratados irá trabalhar num centro de R&D (Pesquisa & Desenvolvimento), mais um dos quinze que o grupo já possui em vários países. Haverá também cerca de 400 técnicos que virão da China para treinar os brasileiros.
A ZTE pretende produzir aqui – e exportar para todo o continente – telefones celulares, centrais telefônicas e equipamentos para redes, disputando o mercado com outras gigantes como a sueca Ericsson, a americana Cisco, a finlandesa Nokia (que atua em parceria com a alemã Siemens), a francesa Alcatel-Lucent e a chinesa Huawei. Do alto de seus US$ 10,4 bilhões de faturamento em 2010, a ZTE – ao contrário de outros grupos chineses – parece que está falando sério.
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