Um amigo me chamou a atenção para reportagem veiculada outro dia no Jornal Nacional, sobre a dificuldade de muitos jovens com o idioma português. Estudantes e recém-formados de várias especialidades, na hora de procurar emprego, estão esbarrando na exigência para que se expressem corretamente em sua própria lingua. Uma das entrevistadas chega ao cúmulo de revelar surpresa ao descobrir que o domínio do português é mais importante que do inglês!!!
O assunto, é claro, dá margem a inúmeras interpretações e discussões, mas todas certamente vão cair na velha questão da má formação de base dos estudantes. Como esse problema já vem de décadas, e só piora a cada ano, aqueles que hoje estão na idade produtiva (em termos de trabalho) estão sofrendo as consequências da falta de leitura, item essencial para qualquer um que se disponha a escrever corretamente. Conto aqui um caso pessoal: meu filho de 18 anos acaba de ser aprovado no vestibular de uma grande universidade, graças principalmente a sua alta pontuação na prova de redação. Mesmo achando que tinha ido mal nas outras matérias, ele conseguiu ficar entre os dez primeiros porque essa prova tem peso bem maior que as demais.
Talvez meu filho seja mesmo privilegiado: com pai e mãe jornalistas, não seria perdoado se não escrevesse direito. Como tantos outros de sua idade, ele também não gosta de ler. Mas já percebeu como isso é grave. Se o Ministério da Educação publica livros que ensinam a escrever errado, isso não pode ser desculpa para alguém deixar de expressar suas ideias de modo compreensível. Quem achar o contrário corre o risco de passar vexame – no vestibular, na entrevista de emprego e até no Jornal Nacional.
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