Faz bem o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, quando incentiva as empresas a investir em inovação, como fez hoje, mais uma vez, durante a reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). De fato, este é um país com pouquíssima tradição em inovar, a não ser nas artes da malandragem.
Nossos hackers estão entre os mais criativos do mundo, a ponto de outro dia o próprio ministro chamá-los para trabalhar no governo! Nosso crime organizado também rivaliza com as máfias internacionais. E nossos políticos, sindicalistas e dirigentes de futebol estão entre os mais avançados na montagem de fraudes e assaltos ao dinheiro (do) público. Sim, temos também alguns dos mais brilhantes tributaristas do planeta, muitos prestando relevantes serviços ao Estado e criando o mais complexo sistema tributário de que se tem notícia, a ponto de afugentar empresas que gostariam de investir aqui.
No entanto, são raríssimos os casos de empresas que inovam – muitas, aliás, vivem mais de copiar o que alguém já fez (ou faz), sem a menor cerimônia. Segundo Mercadante, 2/3 dos investimentos em P&D (pesquisa & desenvolvimento) no Brasil são feitos pelo governo. “Enquanto não se mudar isso, o país não deslancha”, afirmou.
Não sei se os números são confiáveis – não consta que Mercadante tenha jamais sido empresário, para saber quanto de fato custa investir em inovação. Mas o governo poderia começar, se quiser mesmo dar incentivos, estudando a redução da carga tributária para setores com potencial inovador. E usar seus bancos (BB, CEF, BNDES) para financiar essas atividades, em vez de dar dinheiro aos grandes grupos econômicos como temos visto nos últimos anos.
Aí, sim, poderíamos começar a pensar em inovação.
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