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Anatel promete mais rigor. Será?

Talvez sejam os primeiros reflexos das mudanças determinadas pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na Anatel. Nesta quinta-feira, o Conselho Diretor da Agência divulgou seus “padrões mínimos de qualidade“. E Bernardo anunciou – como se fosse ele o presidente da Agência – que a partir de agora será mais rigorosa a fiscalização sobre as operadoras. Até aí, ótimo, já não é sem tempo, diante de tantas reclamações pelo país afora.

Mas convém não ser tão otimista, por enquanto. Pelas novas diretrizes, as teles terão doze meses para colocar em prática o que está previsto no regulamento da Anatel: a velocidade de conexão de banda larga, em qualquer hora do dia ou da noite, terá de ser, no mínimo de 20% da prometida ao usuário; e a velocidade média obrigatória será de 60%. Em 2013, esses percentuais sobem para 30% e 70%, respectivamente, e em 2014 para 40% e 80%.

Mais: as operadoras terão de colocar em seus sites alguma forma de medição da velocidade e entregar a cada assinante uma cartilha explicando suas metas de qualidade. Também haverá controle sobre o número de reclamações: até outubro de 2012, estas não poderão representar mais do que 5% da base de assinantes da operadora, caindo para 4% em 2013 e 2% em 2014. Ao ligar para o call-center, o usuário não poderá esperar mais do que 20 segundos para ser atendido; e as solicitações de reparo deverão ser atendidas no máximo em 24 horas. Por fim, o sinal terá que estar disponível para o assinante em 99% do tempo, ou seja, no período de 24 horas o máximo que a internet poderá ficar fora do ar será de 1m44s.

Gostaram? Agora, as más notícias. Tudo isso já estava previsto, embora não com essa clareza, na chamada Lei do Call-center, instituída no ano passado. Ou seja, a fiscalização já deveria ter começado. O ministro não explicou – nem lhe foi perguntado – como a Anatel, com sua histórica lentidão e falta de estrutura, será capaz agora de cumprir sua obrigação.

Vamos conferir daqui a um ano.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Toda vez que este assunto entra em pauta, não deixo de pensar que, morando eu (infelizmente) nesta coisa que insistem em chamar de país, é bem provável que a operadora ache mais fácil passar a minha conexão nominal para 102,4 kbps (meu plano nominal é de 1mbps, pois, no lixão onde moro não existe velocidade acima!!!) e ainda por cima fazer propaganda dizendo que entregam 100% da velocidade.

    Já que obviamente é impossível mudar o lugar onde moro, o meu projeto nos próximos 3 anos será sumir daqui.

    Dá nojo desse lugar. Dá nojo dessa gente trambiqueira e picareta. Mas o problema desse tipo de nojo, é que você nem pode "por tudo pra fora" para alívio imediato!

  • Tenho duas reclamações feitas junto a Anatel. A primeira, contra a Vivo, foi respondida pela operadora no prazo de cinco dias, depois que ligaram para mim prometendo resolver o problema logo. O problema não foi resolvido, não respondem mais meus e-mails e tive que reabrir a reclamação junto a Anatel.
    Trata-se de um iPhone 4 com problema intermitente no botão "home" e a troca deve ser feita pela Vivo, conforma política da Apple no Brasil (péssima, diga-se de passagem).

    A segunda, relacionada a um problema com a Claro, foi ignorada pela operadora. Hoje, 25 dias úteis depois da abertura, a Claro continua inerte e a Anatel finge que não vê, mesmo com minhas reiteradas solicitações de providências contra a operadora, que não cumpriu o prazo de cinco dias úteis para responder (e muito menos solucionar o problema).
    Neste caso a Claro está desativando minha linha, corporativa, de tempos em tempo e tenho que ligar para eles e, assim, ela volta a funcionar. "Problema sistêmico", dizem, mas ninguém resolve. E é sempre durante viagens ou a noite, quando estou na rua e não posso usar nem o celular para ligar para eles, já que fica sem serviço (sim card desativado). Detalhe: somos clientes desde 1999 e pagamoas as contas (altas) rigorosamente em dia.

    Mas pode ter certeza que tem gente do órgão que vai passar belíssimos reveillons em Paris e NY com tudo pago...

    Abs

    Julio

  • KKKKKKK SAI DA OI POIS NAO AGUANTAVA MAIS AS AS SAIDAS DO AR DA INTERNET CHEGANDO A FICAR 10 DIAS SEM ELA. E TIVERAM A CARA DE PAU DE DISCONTAR 5 REAIS DO BOLETO MENSAL. FUI PRA NET(INFERNET OU CAIONET ) AINDA TA PIOR QUE A OI. CAI SEMPRE A NOITE AS VEZES CHEGANDO A ZERO DE 20 MEGAS . VOU TENTAR A GVT MAIS INFELISMENTE AINDA NAO ESTA PASSANDO NO RUA . SO LAMENTO

    COMO DIZ O LULA A BANDA LARGA DO BRASIL É A MAIS CARA DO MUNDO

  • É, no minimo, displicência não constarem, e ninguém cobrar ..., questões como:
    - qualidade de sinal de áudio incluindo sinal x ruido / dinâmica
    - legendas em sincronismo
    - volume relativo entre programação e comerciais / chamadas

    por aqui isso nunca tem importância nas discussões

  • Tenho vários nºs de protocólos contra a VIVO e a mesma não resolve ligações de péssima qualidade, cortando e caindo.
    Abri um protocólo na ANATEL, e a mesma não resolveu nada.
    Recorri ao ARU, ouvidoria da Anatel, o protocólo se encerra, eu abro novamente inúmeras vêzes e els continuam encerrando sem resolver o problema.
    A VIVO não presta, pois eles preferem sair pela tangente ao invés de resolver os problemas. A ANATEL pior ainda, pois deveria ser um órgão fiscalizador, mas creio na aaltura do campeonato que existe aqcordo entre eles, e nós consumidores, TOOOOOOOOOOOME.....

  • Gente, já passei por problemas semelhantes aos aqui relatados e posso garantir para vcs: não adianta protocolos em Procons ou Anateis da vida. Simplesmente não adianta. A única forma de conseguir alguma coisa, a única chance, é procurar o Poder Judiciário. Aí eles começam a se movimentar. Somente com um processo judicial as empresas dão alguma importância para o cliente/consumidor. Desde que adotei essa política, nunca mais deixei de ser ouvido. Sei que dá trabalho, mas é a única língua que eles entendem. O negócio deles é apostar na inércia dos consumidores frustrados com os péssimos serviços e/ou inoperância dos órgãos "controladores/fiscalizadores". Isso entra no planejamento da empresa (planilha de custos e projeções). Eles jogam com isso. Se todos os consumidores procurassem individualmente seus direitos, diretamente perante o Judiciário, tenho certeza que eles repensariam a forma como somos tratados. Abraço.

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Orlando Barrozo

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