Sky e Tim juntas, mesmo?

Um dia depois do anúncio da Tim, de que fará parceria com a Sky para entrar no mercado de TV por assinatura, recebo convite da Sky para um evento de lançamento do “primeiro serviço de banda larga 4G na América Latina”. Vai ser no próximo dia 13, em Brasilia, com a presença do presidente da operadora, Luiz Eduardo Baptista. E será um evento conjunto com a Nokia Siemens Networks, fornecedora de equipamentos para redes. Estranhamente, o convite nem menciona a Tim. Ontem, por sinal, quando a operadora italiana fez o anúncio, não havia sequer um representante da Sky! Parceria mais esquisita essa, não?

Pelo que pudemos apurar, as duas empresas de fato andaram conversando, mas o diálogo não foi dos melhores. O que pode ser uma pena, porque na teoria ambas poderiam se complementar. A Tim, depois que comprou a Intelig, é uma das operadoras que mais vêm crescendo em telefonia celular. Ao adquirir a AES Aptimus, focada em fibra óptica, ganhou força também para disputar o segmento de banda larga cabeada. Como hoje o usuário prefere comprar o pacote completo, incluindo TV por assinatura, a união com alguém de porte nesse campo é não apenas natural, mas indispensável.

Por sua vez, a Sky, agora na fase pós-Globo, também precisa expandir sua área de atuação. O crescimento da Embratel no segmento DTH (TV paga via satélite) é uma ameaça concreta, e mais ainda agora, com a fusão Embratel+Claro+Net, três empresas de um mesmo dono, o bilionário mexicano Carlos Slim. Como não tem telefonia nem banda larga, a Sky não pode, ainda, oferecer pacotes triple-play. Associando-se à Tim, aumentaria significativamente sua carteira de clientes potenciais e otimizaria sua infraestrutura de rede.

Há algum tempo já temos ouvido falar da entrada da Sky na banda larga, viabilizada após seu acordo com a Telebrás para uso das frequências de 2,5GHz. O início da operação já foi até oficializado na praça de Brasilia. A operadora tem licença para atuar nessa faixa de frequência, e começa a fazê-lo adotando a tecnologia LTE (Long-Term Evolution), atualmente a opção técnica mais viável – existem outras, como explica o site da Teleco, principal consultoria brasileira do setor.