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Hello, 2012!

E cá estamos de volta, após as chuvas (digo, as festas) de Natal e Ano Novo. Espero sinceramente que todos tenham começado bem 2012, que promete ser um ano bem agitado, especialmente no setor de tecnologia.

Consegui finalmente terminar a leitura da biografia de Steve Jobs, e recomendo com entusiasmo. Embora já tivesse lido muita coisa sobre o homem, o livro traz revelações que ajudam a entender como funcionava sua cabeça privilegiada. Já li alguém dizendo que a família deveria processar o autor – santa ignorância!!! Foi o próprio Jobs quem encomendou a biografia, supervisionada por sua esposa Laurene.

Foi interessante descobrir, por exemplo, que Jobs costumava dividir as pessoas e até os objetos em duas categorias: os geniais e o “lixo”. Assim mesmo, totalmente radical. Quando gostava de alguém (ou de algo), era só elogios e mimos; quando não, fazia questão de deixar isso claro para todos, sem rodeios. “Não tem jeito, é assim que eu sou”, disse ele a Walter Isaacsson, autor do livro, a quem revelou, por exemplo, que durante anos recusou-se a ter uma geladeira em casa porque não apreciava o design de nenhum dos modelos disponíveis. Um dos médicos que o atenderam conta que, no hospital, Jobs pediu para experimentar vários modelos de máscara de oxigenio, até encontrar um que considerasse mais bem feito. E, já nos últimos dias, diante de uma junta médica que veio lhe mostrar o avanço do tumor em seu corpo, brigou com o médico que estava usando um PowerPoint para exibir as imagens: “Esse programa não presta”, disse, irritado.

São detalhes de uma personalidade ao mesmo tempo genial e estúpida, como reconhecem várias das mais de 100 pessoas entrevistadas por Isaacsson. Exemplo máximo dessa estupidez, descrito no livro pelo próprio Jobs: diagnosticado com cancer no pancreas em outubro de 2003, ele negou-se durante oito meses a fazer a cirurgia de retirada do tumor, permitindo que este se espalhasse para outros órgãos. Preferiu acreditar na cura através de dieta vegetariana, chás, homeopatia, acupuntura e outros tratamentos alternativos que, segundo dizia, eliminariam a energia negativa de seu organismo.

Essa estupidez custou-lhe a vida.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Me parece meio geral o fato de que, quanto mais geniais são as pessoas, menos elas sabem se relacionar com as outras. Não me aprofundei no assunto "Steve Jobs", mas foi essa a impressão que tive lendo este texto. Parece que elas simplesmente não conseguem aceitar aqueles que não estão no seu nível intelectual, ou criativo. Deve ser bem triste para os "gênios" viver dessa forma. Só posso lamentar.

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