Uma das expectativas gira em torno da plataforma Google TV, lançada no final de 2010 e até agora um sonoro fracasso, como mostra reportagem do excelente site GigaOM (leiam aqui). Não só a Samsung, mas também LG, Sony e Lenovo anunciaram na CES que renovaram suas parcerias com a Google, para introduzir a plataforma em suas linhas de TVs 2012 (sim, a Lenovo também está entrando nessa praia, como mostramos aqui). Basicamente, Google TV seria uma versão ampliada dos serviços que você já encontra hoje no site de buscas: Gmail, Google Talk, Google Docs, Google Maps, guias de programação de TV etc. etc. etc. O sistema operacional Android vem sendo adaptado para uso nos TVs Smart, num mix com o software de cada fabricante (vejam aqui um vídeo).
Até este momento, nenhuma empresa confirmou se teremos Google TV também no Brasil (acho pouco provável). E, a julgar pelo que comentam os principais sites especializados (aqueles que não publicam informações “vendidas”), até mesmo para o mercado americano há o risco de uma nova decepção. Jankko Roetgers, repórter do GigaOM, fez aquilo que todo jornalista deveria fazer ao preparar uma reportagem: como a fonte principal – a própria Google Inc. – recusa-se a dar informações sobre o assunto, ele foi ouvir desenvolvedores independentes. E entrou na Android Market, loja oficial de aplicativos da empresa, onde descobriu (os números são abertos) que menos de 1 milhão de aparelhos estão hoje operando com o software Google TV.
É bom prestar atenção nos números. Os primeiros receptores Logitech Revue, trazendo o software, chegaram às lojas dos EUA e Europa em novembro de 2010. As críticas foram amplamente desfavoráveis. Ao longo de 2011, a Logitech se desentendeu com a Google e desistiu de fabricar o aparelho. Não seria ruim se outros fabricantes aderissem, mas o fato é que, até agora, ninguém mais lançou. Nesse intervalo, já foram vendidos 4,2 milhões de caixas Apple TV e 2,5 milhões do media center Roku, que fazem basicamente as mesmas coisas que o Revue. No Brasil, só temos, por ora, o modelo de Apple, além de uma série de marcas menos conhecidas. Sim, os videogames PlayStation 3 e Xbox 360 também cumprem, em parte, essas funções, mas a um custo bem mais alto.
Nos bastidores da indústria, o que se ouve é o ruído das desconfianças. A maioria dos fabricantes não está totalmente certa de que é bom ser parceiro da Google. Assim como foi anos atrás a Microsoft, que até hoje paga o preço, a empresa de Larry Page e Sergey Brin é vista como pouco confiável – a compra da Motorola, em agosto do ano passado, foi encarada como uma “rasteira” em parceiros históricos, como Samsung e Sony Ericsson, concorrentes da empresa americana no setor de celulares. A própria Logitech “saiu atirando” da parceria com a Google, acusada de não cumprir sua parte no acordo Google TV.
Conclusão: qualquer um que queira comprar um aparelho com essa marca deve, no mínimo, ficar bem esperto.
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