Não sei se as centenas de milhões de usuários mundo afora têm noção, mas as duas coisas estão intimamente relacionadas: segurança e falta de privacidade. Toda vez que se passam dados pessoais através de uma dessas redes, corre-se o risco de que as informações caiam em mãos indevidas. Isso vale para números de cartões, senhas, contrassenhas, nomes de usuário, códigos, emails, mensagens do tipo SMS, fotos, vídeos… Comentando o caso recente da atriz Carolina Dieckman, o competente Pedro Dória, de O Globo, detalhou como a coisa funciona. Quando se trata de celebridades, é ainda mais fácil roubar dados – afinal, são figuras que adoram se expor. Mas até o anônimo que publica uma inocente foto de seu filho está dando munição aos malfeitores.
Já comentamos aqui a fenomenal investigação do Wall Street Journal, iniciada em 2010, sob o título What They Know (“O que eles sabem”), que resultou numa premiada série de reportagens. Ali, fica provado que o conceito de privacidade, como conhecíamos antes da era digital, simplesmente não existe mais. Em abril último, o jornal inglês The Guardian seguiu a mesma trilha e levantou as várias formas pelas quais somos – eu, você e todo mundo que usa a internet – monitorados a cada minuto por governos, empresas e sites aparentemente inofensivos, como Google, Amazon e Facebook.
No Brasil, as pessoas dão pouquíssima importância a isso – admitem ter seus dados roubados quase com a mesma facilidade com que aceitam pagar preços abusivos por produtos medíocres. Mas nos EUA, por exemplo, a questão da privacidade online mobiliza até o governo e o Congresso (a capa da revista Time, acima, é de 2001!!!) Agora, a revista Smart Money, bíblia dos novos ricos, listou quatro maneiras de você manter-se “invisível” na internet. Quer saber? Anote:
1.Agir como uma corporação – Tenha em casa uma rede igual à das grandes empresas, como senhas e antissenhas de proteção.
2.Ter medo, muito medo – Jamais exponha nas redes informações pessoais e/ou familiares: pense sempre que alguém (leia-se: um criminoso) estará vendo tudo.
3.Fique de olho em suas configurações – Não deixe de atualizar antivírus, e instale programas do tipo “do not track”, que impedem empresas de ter acesso indevido a seus dados. Importante: isso vale também (hoje, mais do que nunca) para celulares, tablets, TVs conectados e qualquer dispositivo que acesse a internet.
4.Use múltiplas identidades – É triste, mas os especialistas em segurança não têm dúvida em recomendar pseudônimos, apelidos e demais artimanhas, especialmente nas redes sociais. O próprio presidente da Google, Eric Schmidt, já disse: “Não use seu nome verdadeiro”.
Paranoia? Pode ser. Mas, como já dizia Millôr Fernandes, o preço da liberdade é a eterna vigilância.
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Pois é,só para dar uma idéia das besteiras que fazemos sem pensar(ou ler)e que nos deixa expostos ao extremo,menciono o app do Facebook para Android ,que sempre se oferece quando vou ao "Face" pelo meu smartphone.Resolvi ler os termos para aceitação e os achei surpreendentes.Dentro do que eles exigem está a autorização para usar o GPS para localizá-lo bem como gravar voz ou fotografar com seu celular QUANDO BEM ENTENDEREM!Não preciso dizer que não instalei o app...