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OLED feito no Brasil?

Notícia publicada no mês passado pela Folha de São Paulo indicava divergências entre o governo brasileiro e a Foxconn, que teria projeto de instalar aqui uma fábrica de displays. Segundo o texto, que não cita nenhuma fonte, o BNDES está exigindo que a empresa fabrique painéis OLED, e não os convencionais LED-LCDs, caso contrário não financiaria o projeto, estimado em R$ 12 bilhões.

A notícia deu a volta ao mundo e repercutiu na China, onde o site Digitimes começou a levantar hipóteses. Como oficialmente ninguém fala sobre o assunto (este, aliás, só ganhou destaque devido à boquirrotice do ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante), abriu-se largo espaço para especulações. De concreto, o que se sabe mesmo é que a Foxconn, assim como qualquer outro fabricante, não tem a menor condição de produzir painéis OLED no Brasil, devido à falta de mão de obra especializada. Se na China, no Japão e na Coreia essa ainda é uma tecnologia não dominada (leiam aqui), que dizer do Brasil?

Se essa for uma exigência do governo brasileiro, será mais fácil o sr. Terry Gou, dono da Foxconn, retirar-se do projeto. Na verdade, a Foxconn já produz componentes eletrônicos em Jundiaí (SP); no final do ano passado, começou também a montar  smartphones e tablets para a Apple; estes, porém, para irritação das autoridades brasileiras, jamais chegaram às lojas do país (são destinados a outros países latinoamericanos). O fato de serem montados aqui não teve qualquer impacto sobre os preços pagos pelo consumidor, ao contrário do que dizia o governo um ano atrás.

Pior: para manter as linhas de montagem, a Foxconn está tendo que importar muito mais componentes que fazia antes, e isso bate de frente com a política de estímulo à indústria nacional. Não se sabe a situação tributária da empresa taiwanesa (outra caixa preta inviolável), mas – a menos que esteja sendo privilegiada com isenções não divulgadas – é razoável supor que sua operação brasileira não esteja sendo lucrativa. Por sinal, hoje as agências de notícias internacionais informam sobre um acordo entre a Foxconn e o governo da Indonésia, que está oferecendo todas as facilidades para a empresa investir nada menos do que US$ 10 bilhões numa fábrica, ali, bem pertinho da China.

Agora, desagradável mesmo deve ser o clima de insegurança na fábrica de Jundiaí. Além dos relatos de maus tratos a empregados, que até entraram em greve (algo impensável na China), o prédio já foi assaltado; os ladrões levaram boa quantidade de tablets…

Não é por acaso, como se vê, que o Brasil não está exatamente entre as prioridades da Foxconn. Semanas atrás, o The Wall Street Journal publicou reportagem sobre a venda ilegal de iPads em Nova York e citou o Brasil como exemplo de “mercado para aparelhos de segunda mão”. Bonito, não?

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • O brasil no ato é o país que menos cresce dentro do bloco denominado "BRIC".

    É dito que uma crise nesse bloco que está aos poucos surgindo o brasil será o mais afetado graças as politicas de cunho esquerdista que estão destruindo a nação.

    Qualquer posição a respeito de produção aqui tem que ficar focado que as vendas desses produtos "made in brazil" ficará dependendo mais das vendas internas já que nenhum outro país ousa comprar produtos eletrônicos de um país que tem custos muito superiores aos chineses sem falar da qualidade dos mesmos que não são melhores que aquele país asiático.

    Até mesmo câmeras Sony, idênticas as produzidas aqui, chegam a custar menos de 35% quando importadas por lojas de varejo.

    Não vejo pessoalmente nenhuma vantagem de ter produtos produzidos no brasil. Quando se depende de ATs para reparar um aparelho "made in brazil", mesmo depois de um ano de adquirido, as peças deixam de ser produzidas o que torna difícil a solução.

    Quando adquiro um aparelho, penso mais no custo ao meu bolso que no âmbito psicológico de segurança no fato de ser produto interno. Isso não existe! Tanto faz comprar importado como produzido localmente as desvantagens são as mesmas.

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