Categories: Uncategorized

Grande Irmão versão high-tech

Parece que agora não há como escapar. Se for verdade o que o mundo online – inclusive sites respeitados, como o da revista New Scientist – estão divulgando, o caos está próximo. Ou, para ser mais exato, uma tecnologia identificada como NGI – Next Generation Identification. Se você pensou em alguma nova forma de vigilância, acertou. A partir das técnicas já conhecidas de reconhecimento facial, oficiais do FBI aperfeiçoaram um sistema de identificação eletrônica de criminosos usando como base apenas uma foto ou cena de um vídeo. O projeto, que tem financiamento do governo americano na casa de US$ 1 bilhão, conta com a participação da técnicos da Universidade Carnegie Mellon, e agora está sendo investigado por uma comissão do Senado.

Desde fevereiro, o FBI está montando um gigantesco banco de dados com imagens de criminosos, armazenadas em fichas contendo também análises de DNA, identificações de voz e até imagens escaneadas de íris. Ao investigar um suspeito, basta colocar no sistema sua imagem atual: em alguns segundos, os agentes podem checar se a pessoa já está na lista.

Até aí, nada muito diferente do que já se faz hoje. O problema começou quando um técnico envolvido no desenvolvimento disse à Comissão que a tecnologia pode ser usada para coisas bem menos dignificantes. Com uma única imagem eletrônica de um rosto, o sistema é capaz de encontrar a pessoa numa multidão de aproximadamente 1,6 milhão – a margem de acerto seria de 92%. As imagens armazenadas podem ser tratadas com programas de modelagem 3D, que permitem giros de até 70 graus, de tal forma que até uma imagem convencional 2D pode ser rastreada na multidão – o site do FBI dá mais detalhes sobre o funcionamento da coisa.

O perigo: o FBI pretendia (a esta altura não se sabe mais se continua com essa intenção) montar um banco de dados com imagens até de cidadãos comuns, para fins investigativos. Seria um Big Brother perfeito, dotado da mais moderna tecnologia. Um resumo dessa maluquice é descrito neste site.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

Share
Published by
Orlando Barrozo

Recent Posts

Até onde chega o brilho das TVs?

Meses atrás, chamávamos a atenção dos leitores para os exageros nas especificações de brilho das…

3 dias ago

Netflix lidera, mas cai mais um pouco

                  Em outubro de 2021, publicávamos -…

1 semana ago

Inteligência Artificial não tem mais volta

Pouco se falou, na CES 2025, em qualidade de imagem. Claro, todo fabricante diz que…

4 semanas ago

TV 3D, pelo menos em games

                          Tida como…

4 semanas ago

TV na CES. Para ver e comprar na hora

Para quem visita a CES (minha primeira foi em 1987, ainda em Chicago), há sempre…

4 semanas ago

Meta joga tudo no ventilador

    Uma pausa na cobertura da CES para comentar a estapafúrdia decisão da Meta,…

4 semanas ago