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Sharp, agora sim? Tudo indica.

O destaque da newsletter HT-Express esta semana é a volta da Sharp ao mercado brasileiro, depois de quatro anos de afastamento. Já explicamos aqui a história, mas como parece ser infindável o número de consumidores ressentidos com a marca, devido a problemas no passado, vale a pena resumi-la. A morte de Matias Machline, fundador da Sharp do Brasil, em 1994, praticamente decretou o fim do império que ele construiu em cerca de 25 anos – seus filhos não conseguiram levar o negócio adiante e faliram. Em 2007, o grupo Mitsui, muito atuante no país, fechou acordo com a Sharp Corporation, do Japão, para distribuir seus produtos. Acabou sendo pego no contrapé pela crise de 2008 e teve que sair de cena. Agora, é a própria matriz japonesa, através da Sharp Brasil Comércio e Distribuição de Artigos Eletrônicos, fundada em 2011, que lidera a operação.

E chega com bons trunfos, a começar do maior TV do mercado (e, por enquanto, o maior do mundo à venda), um LED-LCD de 80 polegadas (foto acima), que acaba de ser exibido na IFA. Na verdade, não é um TV, mas um monitor, pois não possui tuner; há ainda um modelo semelhante, de 70″. Com esses dois, e mais uma série de dez TVs 3D (confiram aqui), com tamanhos entre 32 e 70 polegadas, a Sharp busca enfim apagar o passado e competir de igual para igual com as principais marcas do mercado brasileiro hoje (pela ordem: Samsung, LG, Sony, Panasonic, Toshiba e Philips). Claro, não será fácil. Mas, de fato, não fazia sentido a ausência da Sharp num dos países com maior peso hoje para a indústria eletrônica mundial, considerando que nos EUA, Europa e Japão essa é uma das marcas mais populares e prestigiadas.

Estamos nesta semana encerrando os testes com o modelo de 80″, o top da linha que a Sharp chama de Quattron (vejam este vídeo). Nesta, o modo como são formados os pixels é diferente. Em vez do tradicional RGB (três subpixels, nas cores primárias vermelho, verde e azul), temos agora RGB-Y, com o acréscimo de um subpixel amarelo. Segundo a empresa, além de ampliar significativamente a gama de cores alcançada pelo painel, essa mudança torna a imagem mais natural. Notamos alguns sutis vazamento de luz por trás do painel, característica do LCD amenizada nos painéis de led, mas ainda assim não totalmente eliminada. Numa tela gigantesca, evidentemente esses detalhes ficam mais perceptíveis. Mas, claro, depende muito da sensibilidade visual de quem assiste.

Importante é que a Sharp, que disputa com a Samsung o título de maior fabricante mundial de displays, parece decidida a recuperar sua posição no Brasil. Não deve ser pequeno o esforço para trazer do Japão esses TVs gigantes, conhecendo as vergonhosas burocracia e tributação brasileiras. Os TVs já estão nas lojas. Vamos ver como o mercado brasileiro reage.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Estou pesquisando para comprar uma tv 42 led full hd. Foi quando me deparei num site de busca com uma led Sharp. Pensei... que estranho! Então começei a pesquisar sobre a volta da marca e cheguei até seu blog. Parabéns pelo seu blog e bem vinda Sharp!

    • Obrigado, Rodrigo. Vamos ver se desta vez a Sharp se firma no mercado. Abs. Orlando

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