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Sexta-feira negra!!!

Sempre defendi, aqui e em outros espaços, que o Brasil deve copiar modelos de sucesso adotados em outros países. Especialmente na área de tecnologia, onde estamos hiperatrasados, essa “macaquice” faz todo sentido. Como se sabe, não é a toda hora que se consegue reinventar a roda ou a internet. Quem já fez, e deu certo, sempre tem muito o que ensinar. Bem diferente disso, no entanto, parece ser o fenômeno do varejo eletrônico nesta sexta-feira.

Como já virou tradição, os americanos reservam esse dia “enforcado” com o feriado de Ação de Graças (sempre a penúltima quinta-feira de novembro) para grandes liquidações nas lojas. A iniciativa deu certo para eles, que aproveitam as sobras de estoque da temporada de verão. No Brasil, não há essa tradição. O que costuma acontecer são as promoções próximas ao Natal e, claro, as liquidações pós-Ano Novo.

Agora, decidiram copiar não apenas a ideia mas o próprio nome. Nos últimos dias, recebi inúmeros emails promocionais com a chamada: “Black Friday”. Cheguei a me sentir morando em Nova York ou Miami! Uma copiagem barata e culturalmente colonialista, que deve dar calafrios nos políticos que criticam o uso do idioma inglês no Brasil. Tempos atrás, um deputado cujo nome nem merece ser citado chegou a propor a proibição de termos como “hot-dog” e “show-business” (não sei o que ele pensa sobre “home theater”). Pura demagogia, ou falta do que fazer, ou as duas coisas.

Agora, importar a tal “sexta-feira negra” é de uma falta de criatividade atroz. Uma boa resposta seria ninguém comprar esse tipo de oferta. Mesmo porque a maioria é pura enganação.

Atualização: só agora, meia hora depois de escrever o texto acima, é que vi matéria no UOL Tecnologia descrevendo os transtornos causados por mais essa picaretagem brasileira. E, segundo a empresa de segurança Norton Symantec, estes são alguns dos domínios “maliciosos” que se aproveitam da festa:

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Realmente,essas liquidações,aqui no Brasil,são pura enganação.

    Só entram em promoção uns poucos produtos realmente encalhados e que ninguém quer.O resto é desconto de 50% em produtos que,na véspera tiveram seu preço elevado em 100%.

    E o povo acredita...

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Orlando Barrozo

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