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Na velocidade da luz

Em tecnologia, os dias passam muito rápido; em tempo de CES, então, os minutos voam. Logo depois que redigi o comentário anterior, descobri que não apenas a Sony, mas também a Panasonic está exibindo na CES um TV OLED com resolução 4K (vejam aqui um vídeo que nossa equipe produziu lá em Las Vegas). Igualzinho, inclusive nas especificações: 56 polegadas, 12kg, 1,3cm de espessura. Foi o próprio presidente do grupo, Kazuhiro Tsuga, quem anunciou a novidade, no discurso de abertura do evento (o chamado “State of the Industry”, alusão ao famoso “State of the Union”, proferido todo ano pelo presidente dos EUA).

Tsuga não deu detalhes sobre o produto, que – assim como o da Sony (foto) – é um protótipo e não tem prazo para ser lançado. Mas o fato de os dois aparelhos serem iguais confirma a informação que demos aqui meses atrás: as duas empresas estão trabalhando juntas no desenvolvimento da tecnologia OLED. Foi a forma que encontraram para enfrentar os coreanos e tentar evitar que estes, no futuro, dominem o segmento, como acabaram fazendo com o LCD. Os leitores devem se lembrar que, exatamente um ano atrás, comentamos aqui que a Sony havia desistido de investir em OLED, uma tecnologia extremamente cara e de retorno a longuíssimo prazo.

Já a Panasonic, que sempre lutou para ampliar o mercado de plasma, raramente se manifestou sobre OLED; em 2011, lançou seus primeiros LED-LCDs, e vem aumentando a oferta destes, muito mais baratos de produzir. Recentemente, surgiu até a notícia de que a empresa iria abandonar de vez o plasma, hoje com menos de 5% do mercado mundial.

Aparentemente, Sony e Panasonic fecharam um acordo para terceirizar a fabricação dos painéis OLED com a chinesa AU Optronics, que já possui duas fábricas para isso. Difícil acreditar que, a esta altura da crise, as duas japonesas tenham capital para bancar um investimento desse porte, produzindo por conta própria. É provável até que os aparelhos em demonstração esta semana, em Las Vegas, tenham vindo de fato da China, e não do Japão.

Seja como for, a conclusão que se pode tirar é que OLED é, sem dúvida, a tecnologia do futuro para displays, conforme assinalamos neste texto. Quem quiser sobreviver nesse mercado terá que estar bem preparado. E hoje, para os japoneses, a união é mais importante do que eventuais rivalidades.

Aproveitando: este é o link para nosso hot site CES 2013.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

    • Sim, Fabiano e Rubens, plasma continua sendo uma tecnologia cara e, segundo os fabricantes, sem potencial de aperfeiçoamento. Já os leds estão cada vez mais baratos. Abs. Orlando.

  • "LED-LCDs são muito mais baratos de produzir" que plasma? E custam bem mais caro que o plasma ?... (claro, comparando televisores similares de LED e de plasma). É isso mesmo, Orlando?

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Orlando Barrozo

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