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Preço de tomate… ops! De banana!

Antigamente dizia-se que quando a esmola é demais o santo desconfia. Pois é, lembrei desse antiquíssimo ditado ao ler a notícia de que foi lançado nos EUA um TV 4K, de 50 polegadas, pela pechincha de US$ 1.499. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta dizer que o modelo Sony de 55″ está sendo oferecido por lá a US$ 4.999. Os tais 1.499 equivalem ao preço médio de um TV convencional de 55″, com resolução Full-HD!!! Qual seria o milagre?

Bem, antes é preciso informar de onde vem a oferta. Apareceu neste fim de semana no site da loja virtual TigerDirect, uma das indicadas pelo fabricante. E quem é esse fabricante? Seiki não deve ser confundida com a marca Seiki de roupas vendidas em lojas populares no Brasil. Nippon Seiki é uma empresa de origem japonesa, fundada em 1946, fabricante de componentes eletrônicos que nunca conseguiu a projeção de uma Sony ou Toshiba. Passou por várias mãos, quase fechou há cerca de dez anos, e acabou sendo incorporada pela Tatung, que por sua vez, em 2009, foi comprada pela Taiwan Nissei Display, mais tarde transformada en Zhejiang Nissei Display. Ufa!

Hoje, como Seiki Digital, atua em vários países produzindo displays a partir da China (no Brasil, está estabelecida em Manaus, com uma fábrica de componentes para motos). Como em tantos outros casos que já vimos, a oferta de US$ 1.499 por um TV 4K é tentadora, mas deve ser considerada com muito cuidado. Nestes tempos de mercados livres e trambiques idem, não duvido que muita gente comece agora a encomendar seus TVs pensando estar fazendo um grande negócio. Os insaciáveis turistas brasileiros que vão a Miami, Orlando e Nova York para encher malas de bugigangas podem muito bem cair nessa. Deve ser para eles que a Seiki direciona suas mensagens publicitárias, do tipo “o melhor TV é aquele que você pode pagar”.

Do jeito que anda o preço do tomate, dá até para acreditar em Papai Noel.

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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